Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

28 de dezembro de 2011

Dia 7 próximo, a Honestidade enfrentará a Corrupção (parte dela apenas)

Pois é, meus amigos Sportinguistas. Está quase. Às 20h15 do dia 7 a bola será pontapeada de um lado para o outro, e esperamos nós que a eficácia maior, quando chegado o momento de comentar o jogo e meditar sobre o que e como tudo aconteceu, acabe por ser atribuída ao nosso clube.

O jogo por que aguardo, quase de forma doentia, há muito está ao virar da esquina. As dimensões das rivalidades entre nós e Benfica e o Porto, sobre qual será a mais importante, já motivou, é certo, muito debate, muita confusão, muito argumento, muitos dados, informações, factos, recordações, pelo que não é imprudente reflectir um pouco sobre as mesmas.

Historicamente, o Benfica é o mais importante rival do nosso clube. É natural que a rivalidade entre o Sporting Clube de Portugal e o bando vermelho assim seja dada a conhecer. A rivalidade em questão supera a cidade que alberga os recintos de ambos os clubes. É uma rivalidade de Portugal, dos portugueses. É uma rivalidade que tem tanto de importante quanto toda a história do futebol português. É impossível dissociar o futebol nacional, desde o momento em que a competição se tornou oficial, da rivalidade vivenciada entre o SCP e agremiação que veste de encarnado e cujo estádio há muito suspira pela conclusão da sua construção.

Importa perguntar o seguinte: por ser a principal rivalidade experimentada em solo português, significará portanto que o jogo em questão será sempre, emocional e desportivamente, superior a qualquer outro? Claro que não. Quando, na feliz época de 1999/2000, o Sporting venceu o campeonato nacional, o Porto, considerava então eu, era o principal rival do Sporting. Assim o era porque era o Porto, na altura, o clube mais forte e apto, por variados motivos, a vencer o campeonato, e a lógica nos diz, e raramente ela falha, que é preciso conseguir derrotar o mais forte para se vencer um troféu.

É significativo saber e querer discernir a diferença entre rivalidade histórica, que para sempre existirá e que por vários motivos será sempre importante, e rivalidade do momento, no qual, por culpa das circunstâncias que podem definir um dado estágio da época (um problema entre adeptos, uma afirmação obscena de um dirigente, etc.), um clube considerado por muitos como um outro qualquer merece, da nossa parte, Sportinguistas, uma especial atenção. Negativa, claro está, e podemos muito bem recordar o Nacional da Madeira, por culpa do seu lúdico presidente que um dia julgou, certamente por razões de excesso de consumo de álcool e por interferência de substâncias que o código da Estrada nos dá a conhecer como “psicotrópicas”, que o clube a que preside, uma instituição que não é mais do que local, quase como uma daquelas associações de reformados, competia pelos mesmos objectivos que o nosso, o centenário Sporting Clube de Portugal, desde 1906, a data da sua fundação, a instituição desportiva de Portugal mais galardoada.

Regressando então ao Porto e à época 1999/2000, utilizo esta última campanha desportiva como exemplo de uma outra rivalidade que, pelas variáveis que mencionei em anterior paragrafo, supera a rivalidade histórica entre Sporting e corja vermelha. Nesse ano, lembro-me perfeitamente de como encarava cada jogo próximo do Sporting como se minha própria vida estivesse em jogo e fazia sempre questão de, num rádio antigo, ouvir uma cassete que me cantarolava, na linda voz da belíssima Maria José Valério, a marcha do Sporting e muitos outros cânticos que na altura me suavizavam um espírito que queria por tudo ver o SCP terminar o campeonato em primeiro lugar, derrotar o Porto era o sinal de que o Sporting era de facto, e assim acabou por ser, o clube mais forte. Garanto-vos que nunca, seja em que momento for, incluindo as idas à casa de banho, pensei no Benfica. Era o Porto o clube que a minha mente mais queria ver derrotado pelo Sporting. O Porto e só o Porto. O Pinto da Costa. O Secretário, que importa referir a soberba assistência para Acosta. Vítor Baía, eterno arrogante que julgou sempre ser um Deus entre os postes. E, novamente, Pinto da Costa. Sim, Pinto da Costa, talvez o rosto do futebol português que mais abomino.

Sobre a figura Pinto da Costa, publicarei neste blogue, num dia próximo do evento que colocará o seu regional clube defronte do Enorme Sporting Clube de Portugal, uma novella, a ser escrita nos próximos dias, que retrata uma figura próxima, em personalidade e comportamento, de PC, e só não é uma biografia não-oficial por motivos jurídicos, não vá o homem decidir dar trabalho a um conjunto de homens, advogados, por quem paga muitos euros todos os meses.

Toca a comprar bilhetes! O dever é único e impossível de deixar ser esquecido ou adiado: apoiar o Sporting Clube de Portugal.

18 de dezembro de 2011

Em Coimbra, o desfecho foi desolador

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Antes de a partida se iniciar, estava eu num grupo de amigos que sempre se faz à estrada para visitar a cidade para onde o Sporting se desloca, disse que o que mais me assustava na Académica não era o clube em si, ou o estádio, ou os jogadores, ou nem sequer a época que a equipa vem a realizar, cujos resultados merecem elogios. A esta opinião, os meus amigos, os meus espectaculares e sempre presentes amigos Sportinguistas, reagiram de forma estranha. Sendo assim, perguntavam-me eles, o que te assusta?

O treinador. Sim, o treinador da Académica. Mas o aparentemente estranho receio da minha parte não fica por aqui. Ao recear o treinador, ao considerá-lo como o mais forte ponto do adversário, não assim o fiz porque considero o Pedro Emanuel um bom treinador. Verdade seja dita, também não o considero mau treinador. Ou seja, não está aqui em causa os méritos do Pedro Emanuel enquanto treinador da Académica.

Receio o Pedro Emanuel porque…ele vem do Porto. E quem oriunda daquele clube, como o Domingos outrora, tem um sempre penoso hábito de saber retirar pontos aos principais adversários do Porto, principalmente o Sporting, conseguindo colocar em equipa muito mais do que um conjunto de 11 jogadores: coloca também 11 guerreiros, onze kamikazes com um único objectivo: impedir o Sporting de festejar seja o que for. Aconteceu quando o Domingos ocupava o cargo também na Académica, e lembro-me, dolorosamente, de um jogo, em Alvalade, em que o guarda-redes da Académica, não me lembro bem do “herói”, defendeu o possível e o impossível: bolas em cima da linha de golo, remates vindos de avançados isolados, remates bem colocados de longe. Defendeu tudo.

Quando exporta figuras suas directamente para cargos importantes em outros clubes, o Porto como que expande a sua influência para lá do seu estádio, do seu campo de treinos, e o alvo costuma ser sempre o Sporting, e por vezes também o bando vermelho acaba por pagar. Nem tudo, contudo, é mérito desses mesmos servos que no momento vestem outras cores, mas também existe muito demérito do Sporting. Aos 3 minutos de jogo, a banalidade de um jogador contrário evidencia-se quando ele passa a bola a um avançado nosso, colocando-o em posição de fazer golo. Pronto, aqui começou mal a noite. Isolado, sem qualquer jogador adversário perto, frente ao guarda-redes, o nosso jogador Ricky decide – estupidamente – utilizar o pé esquerdo para finalizar. Fê-lo sem sequer olhar para a baliza primeiro. A conclusão não podia ser diferente da soma do que a antecede: péssima. Ricky, espero que tenha sido apenas um dia péssimo e não a consequência de uma alteração de mentalidade no jogador, falhou outras duas oportunidades clamorosas de golo.

Os erros não se ficam por aqui. Todos erram, dizem-me sempre. Meus caros, existem erros e existem “erros”. Num clube como o nosso, a probabilidade de determinados “erros” acontecerem deveria ser quase zero. Como hoje. Passemos aos outros “erros”. Minutos depois desse golo que nos foi oferecido mas que os nossos jogadores simpaticamente recusaram (à Sporting, porque quem veste as outras cores candidatas ao título é perito em aproveitar “erros” de outros), o Sporting contra-ataca numa situação de 5 jogadores nossos para 2 jogadores do adversário, talvez 3, não sei muito bem, com o jogador Pereirinha, aquele que em campo parece sempre estar precisado de Prozac e de Vicodin, com a bola nos pés. Ao seu lado direito está o João Pereira, que com o Pereirinha faz o corredor direito, isolado, de longe a melhor opção para passar a bola. Pereirinha não só não passa a bola a um jogador que estava na sua linha de visão e a escassos metros de si, como endereça a bola para, de entre um leque de opções de 4 jogadores, o que está em fora-de-jogo, o único que em violação posicional, matando ali a jogada e eliminando outra possibilidade de enfiar a redonda dentro da baliza e colocar o nosso Sporting na frente.

O repertório de “erros” não se esgotou neste, mais um, infeliz momento. Poucos minutos depois, o adversário marcou golo. Lance rápido, cruzamento perfeito, opinarão alguns Sportinguistas, pelo que nada podia ter sido feito. Errado. Tudo bem que o cruzamento foi bom, aí nada pode ser dito em oposição, mas o problema, o tal “erro”, foi a forma como o Polga decidiu abordar o lance. Inicialmente, isto quando a bola tinha sido lançada para o tal jogador que depois correu pelo flanco fora, Polga faz o que um defesa-central de qualidade deve fazer, ou seja, vai para a zona de marcação e, ao mesmo tempo, acompanha os movimentos do avançado. Polga fê-lo…até um determinado momento. Se tem continuado a acompanhar o avançado, Polga teria cortado a bola, talvez afastando-a para um canto, não se sabe bem, mas sabe-se que nunca o avançado contrário teria conseguido marcar golo. E aqui está o outro “erro”: a dado momento da jogada, provavelmente 1, 2 segundos antes de o lateral da Académica ter cruzado a bola, Polga abandona a trajectória que até àquele momento levava e decide tentar antecipar o cruzamento em si. Ao fazê-lo, atrasa-se perante o cruzamento e permite ao avançado, que seguiu desde o meio-campo numa linha recta até à zona de finalização, rematar sem oposição, frente a um Rui Patrício novamente traído pela pouca inteligência dos seus mais próximos companheiros de equipa. É fácil perceber o que eu pretendo dizer. Polga errou ao fazer a diagonal.

Outro “erro”: minuto 80 e tal, o Sporting pressionava o adversário e tudo indicava que mais uma oportunidade, pelo menos, seria posta a nossos pés. A equipa adversária, sempre expedita a afastar a bola do seu meio-campo, remata, sem objectivo identificável, o esférico para o meio-campo do Sporting. A bola vai sair do terreno de jogo, o fiscal está preparado para levantar a bandeirinha e atribuir um lançamento lateral para o Sporting, mas momentos antes de sair a bola tem perto de si dois jogadores do Sporting, João Pereira o mais próximo e Elias a poucos metros de distância, e um da Académica. O jogador João Pereira, com a bola a talvez nem 1 metro da linha, decide dar um toquezinho arrogante para trás, em vez de permitir que esta saia do terreno de jogo. Resultado? A bola empate nos pés do jogador da Académica, o João Pereira fica para trás, e lá fica o Elias incumbido de perseguir um jogador contrário que viu oferecido a si uma jogada de contra-ataque. Elias, jogador cuja capacidade de aceleração fascina qualquer amante de futebol, no entanto, não o consegue desarmar e vê-se forçado a derrubar o jogador. 2º amarelo – admoestação justa – e expulsão. Não vai poder defrontar o Marítimo, na próxima eliminatória da Taça de Portugal.

O nosso treinador também não fica muito bem nesta pintura, diga-se. Pereirinha já fez todos os Sportinguistas repararem que ele não tem a paixão necessária para vestir a camisola do nosso clube, muito menos num campo onde a garra é um característica imperativa para garantir a vitória. Carrillo, mesmo que por vezes tenha um toque de bola a raiar o miserável, é um desequilibrador nato e esse mesmo estatuto força o adversário a atribuir-lhe sempre mais de um jogador para marcação, naturalmente libertando outro jogador nosso. Daniel Carriço não pode nunca ser o primeiro médio após os defesas. Não gosta de receber a bola, nem sabe sequer passar a bola como um médio natural o faz. Quando Schaars, a determinada altura do jogo, recuou no terreno e passou a ser o primeiro elemento a receber a bola dos defesas-centrais, a circulação melhorou bastante e o Sporting foi capaz de criar mais jogadas de perigo. Não ter um médio desta qualidade a fazer tão importante função é forçar Polga, principalmente este, a rematar a bola lá para a frente e a rezar para que ela vá cair num local qualquer onde jogadores nossos estejam colocados. Como a sorte nunca nos acompanha, mais não fazemos do que perder a posse de bola.

É neste conjunto de erros que o Sporting força muitos Sportinguistas a encarar que vencer o título é uma miragem e que morrer na praia, novamente, pode vir acontecer. O adversário de hoje, treinado por um tipo que deve ter já recebido um telefonema de congratulação e agradecimento de quem o colocou no cargo que hoje ocupa, nem de perto nem de longe uma decisão somente do presidente, também ele corrupto, da Académica. Quando saí do estádio, senti-me tal e qual quando o Sporting, há uns anos atrás, empatou na Choupana frente ao Nacional da Madeira, num jogo em que uma vitória empurraria o nosso clube, na altura um candidato ao título, para o primeiro lugar, mesmo sabendo que as variáveis de hoje são diferentes das de então. Sinto-me assim, desolado, incapaz de conversar seriamente com os meus amigos, e valeu-me o facto de eu, quando o SCP joga fora, ter ido de mota até Coimbra. Venho de regresso a Lisboa em silêncio, na minha mota verde e de produção japonesa, a cogitar sobre as infelicidades que sempre atingem o meu clube, as criadas ora por entidades externas (árbitros), ora por internas (nossos jogadores).

6 pontos separam o Sporting do lugar que levará milhões de Sportinguistas a invadirem as ruas de Portugal e de todas as localidades onde muitos portugueses habitam. Eu continuo a acreditar, mas também tenho em mente a obrigação de o Sporting reforçar o plantel: precisamos de um defesa-central, um que entre directamente no onze inicial, um defesa-central que seja qualitativamente similar ao, por exemplo, André Cruz. Na próxima jornada, o clube dos corruptos, uma metade do bolo corrupção, vem à capital de Portugal para defrontar o Sporting, em nossa casa. Para nós, considerando hoje a classificação e o rendimento dos nossos adversários, vai ser o mais importante jogo da época. Façamos o que nos compete: criar um ambiente de apoio ao Sporting e de terror ao adversário, que nas suas fileiras conta com um jogador, baixo em estatura e em carácter, que muito bem conhecemos. O jogo frente ao Porto será fulcral para as ambições do nosso clube em relação a vencer o campeonato. Como eu, e muitos milhares de Sportinguistas, acredito que a equipa tem a qualidade necessária, espero vencer essa partida. Espero ver em campo sangue, se necessário, suor, muito, e glória, obrigatória. Não há outro cenário possível. É vencer ou morrer.

No entanto, 5ª feira vindoura o Sporting recebe o Marítimo, clube espoliado no jogo do campeonato frente ao Benfica, para a Taça de Portugal. Eliminando o Marítimo, depois do Sporting o clube mais forte da Taça de Portugal, o Sporting Clube de Portugal fica com a estrada desimpedida para ir ao Jamor, estádio cujos ares ficam sempre belos quando a cor dominante é o verde, e conquistar mais uma Taça de Portugal para um museu, o nosso, repleto e esgotado de vitórias e de títulos que nenhum outro clube neste país alguma vez poderá alcançar.

13 de dezembro de 2011

Em entrevista ao jornal Record, o nosso defesa-central Onyewu já percebeu o que é o Sporting

 

Record: Passados estes primeiros meses, qual é a sua impressão sobre o Sporting enquanto clube?

Onyewu: Acho que é um gigante adormecido.

E é de facto um gigante adormecido. Já opinei que considero o mesmo e utilizei exactamente as mesmas palavras.

Que o Sporting, o monstro adormecido, desperte do sono que o impede de atingir um estatuto que mais não é do que merecido e justo: de terminar um qualquer campeonato em primeiro lugar, levando os milhões de adeptos do Sporting à rua para festejar.

Onyewu é o único defesa-central que merece, mantendo a qualidade que hoje apresenta em campo, ser considerado titular indiscutível. Numa qualquer crónica por mim escrita durante a pré-época e sobre este jogador em particular, certamente afirmei que este jogador se iria afirmar na equipa do Sporting. E afirmei-o não porque conhecia dele qualidades técnicas que assim o afirmassem, mas porque a sua tremenda força física é uma característica que não se encontra há muito presente no eixo central da defesa do Sporting. Com a força física e altura que o definem, é impossível não o considerar um titular. E os anteriores jogos do nosso clube têm-no comprovado: é sempre o Capitão América o defesa que corta as bolas que os adversários bombeiam para a nossa área.

Adoro o seu espírito combativo em campo. Espírito combativo, é certo, mas nada agressivo. Adoro o esforço que define as suas exibições, sempre presente nas jogadas ofensivas do adversário e sempre disposto a correr o necessário para que o adversário termine no momento a sua iniciativa. Adoro a forma como salta por entre a defesa contrária e dá a óptima conclusão a um canto do Sporting, ou seja, encaminhando a bola para dentro da baliza do adversário, situação que há muito não vemos no Sporting, já desde os tempos de Tonel. E gostei de como não reagiu de pior forma quando tentou cumprimentar um adversário derrotado e este não reciprocou a simpática atitude do vencedor, talvez porque esse mal-formado jogador seja um produto de uma escola que serve um clube sem escrúpulos.

No acordar do gigante adormecido, o Onyewu será uma das causas.

10 de dezembro de 2011

Frente ao(s) adversário(s) de hoje, a festa será verde-e-branca

Certamente que a maioria de nós, Sportinguistas, sabe que estão vendidos, até ao fim do dia de ontem, mais de 45 mil bilhetes, um fabuloso número, porém, apesar das circunstâncias que definem hoje o país e o futebol, um poder de compra reduzido e um futebol cuja honestidade foi há muito removida do jogo, respectivamente, perfeitamente natural. As massas leoninas, num jogo que será também o dos núcleos, estão prontas e ávidas de apoiar o Grande Sporting Clube de Portugal, num jogo de futebol que no outro lado do campo colocará um clube presidido por um homem que à honestidade diz muito pouco.

Um Sporting Clube de Portugal que apresenta em campo um conjunto de jogadores tão bons ou melhores do que outros clubes que se assumem tão ambiciosos quanto nós, como acontece, para nosso júbilo, esta época, é um Sporting Clube de Portugal bem apoiado, humana e numericamente. Ao deslocar-se aos vários campos deste país, os Sportinguistas, desde sempre uma massa associativa única e de capacidades singulares, daí o ódio e inveja que contra ela são manifestadas anualmente, respondem da melhor forma possível: comprando o bilhete apropriado à partida, apesar de por vezes o preço não ser nada convidativo, colocam o cachecol verde-e-branco ao pescoço, duas voltinhas e já está, símbolo de fora, virado para a frente, pois o anonimato clubístico, a mim, não me diz nada, camisola do Sporting vestida, e lá vai o Sportinguista a caminho do estádio. Objectivo? Nada mais fácil: sair do recinto com 3 pontos no bolso, melhor ainda se os jogadores que nos representam o fizerem de fora agradável aos olhos.

Godinho Lopes, o nosso presidente, fez questão de pedir aos adeptos “que sejam o 12º jogador”. O Sportinguista, deve-se admiti-lo, não é somente o 12º jogador. É também o 13º, o 14º, até, sempre que é necessário, o 15º. E continua… Nada de anormal, no entanto, pois as características que nos definem – paixão verde-e-branca sem limites ou barreiras, uma forma de estar e viver o clube sem paralelos neste país – tornam-nos num vértice fulcral para o clube, seja em que modalidade for. E defrontando o Sporting sempre mais do que o número legal de jogadores adversários permitidos, 11, pois a arbitragem, quando um dos clubes veste uma bonita camisola verde-e-branca, tende a ser mais do que um trivial elemento para ajuizar lances, é lógico que o Sporting possa também beneficiar de um elemento extra aos jogadores de campo. Esse elemento somos nós.

Como Sportinguista ferrenho e (quase) sempre presente, nada mais me alegra e motiva do que ver a minha casa, o Estádio de Alvalade, repleto de “familiares” meus. Sentir um Estádio de Alvalade à beira da lotação esgotada é um momento cujo significado supera o próprio desporto em si. Um Sportinguista, ao lado de amigos seus na bancada e à espera do apito inicial, sente-se bem quando à sua volta não existem cadeiras vazias e em campo estão jogadores que merecem vestir a camisola do seu clube. Assim, é como estar, como que em pleno inverno siberiano, coberto e aquecido por uma manta que o frio homicida não consegue trespassar. Um Sportinguista, juntamente com o seu grupo de amigos, chega ao Estádio de Alvalade e, olhando para as escadas que dão acesso à zona de bilheteira, adora ver a escadaria e os acessos abarrotados de Sportinguistas, mesmo que o aperto aí existente não seja muito confortável. Ele continua pela estrada acima e, como no meu caso, não encontra um único lugar de estacionamento disponível. Em vez de frustrar-se com o momento, dá-se feliz, mete as duas mãos ao volante e procura outro lugar. Estaciona o carro. Caminha várias centenas de metros. Caminha-os com um sorriso no rosto, à espera de fazer o mesmo caminho de volta, mas com 3 pontos no bolso e uma exibição que merecerá vários minutos de aplauso e gritos de incentivo.

Não é apenas um dia de jogo de futebol, pois em outra modalidade, uma na qual o nosso clube detém o mais premiado palmarés e no qual é bi-campeão nacional, derrotando por duas vezes consecutivas o clube que hoje encontrará em campo, o Sporting pode muito bem saltar do segundo lugar, posição pouco habitual, para o primeiro, posição classificativa que nos é geneticamente apropriada.

Força Sporting Clube de Portugal!

3 de dezembro de 2011

O que merece ser debatido não o é, como isto:

Que atitude tão apropriada a elementos daquele clube!

Após o jogo do derby ter terminado e muitos se terem proposto a fazerem o papel de virgens ofendidas, criticando os adeptos do Sporting, eu escrevi muito sobre o assunto em questão tendo sempre em mente que o Benfica viria a Alvalade para disputar os quartos-de-final da Taça de Portugal.

No entanto, era apenas o coração a falar, o ardente desejo de poder receber em Alvalade a lampionagem, porque a realidade, logo após o resultado do sorteio ter sido divulgado, opinei-a eu:

Depois de eliminarmos o Belenenses, vamos jogar com o Marítimo.”

Sobre o jogo acima referido, não há muito a dizer. Resultado natural. Horas após terminar a partida encontrei-me com um amigo meu que é benfiquista ferrenho. Somos amigos desde há muito, andámos, desde o 5º ano, sempre na mesma escola, na mesma turma. Ele é benfiquista, eu sou Sportinguista. Adormeci 1 hora antes do jogo ter começado, pelo que não consegui ver uma partida que eu augurava que o Marítimo vencesse.

- Então, pá, foram pó caralho, né? – disse eu ao meu amigo.

- Não comeces. Nunca temos sorte nos sorteios. – respondeu-me ele.

- Nunca tens sorte? Mas estás a brincar comigo ou quê? Vocês são uns cagões do caralho!

- Pá…deixa-te de merdas…o Jesus é um burro do caralho, o chuta-chuta é um atrasado mental, o Aimar é o único que sabe jogar…

Ouvindo a insatisfação que sempre se instala num corpo benfiquista quando o presente corre um pouco mal, decidi interromper o meu grande amigo:

- O quê, são todos uma merda agora? – disse-lhe eu.

- E fomos roubados! – quase que gritou ele.

Nem continuei aquela curta troca de opiniões sobre o jogo. Peço desculpa pelos impropérios, mas entre amigos de longa data não há códigos de linguagem simpática. Sobre o roubo que ele referiu, eu nada podia dizer porque não vi o jogo. Só há momentos consegui ver os golos. Vi também a simulação daquele jogador espanhol contratado à equipa de reservas do Barcelona. Fico-me por aqui.

Com o Benfica fora da Taça e o Porto eliminado na ronda anterior, o favoritismo do Sporting, já considerável por força dos resultados e das exibições realizadas, é ainda superior. Somos agora o clube mais capaz de conquistar a Taça de Portugal, de movimentar a falange leonina, a melhor, até ao Jamor e de lá fazer uma festa como aquela que só nós sabemos fazer. É obrigatório seguir em frente e ir eliminando todo e qualquer clube que nos for sorteado, independentemente do estádio. Existem ainda clubes que nos podem colocar desafios consideráveis, como a Académica, e até o próprio Marítimo, mas o Sporting, este ano dotado de um treinador e equipa competentes, tem o dever histórico de passar todas as eliminatórias até ao dia em que o estádio a jogar for o Jamor, importante recinto que diz muito ao futebol nacional.

O director de comunicação do Benfica, uma figura que se achou no direito de se propagandear pelas piores razões possíveis, referiu que, para o jogo da Taça de Portugal que, acreditava ele, oporia o Sporting ao Benfica, o clube dele iria requisitar 40.000 bilhetes. Bem, o mais fácil e lógico seria mandá-lo para o Benfica (merda), mas não caminhemos por caminhos tão brejeiros. Será que o homem, agora fora da competição, quer ainda 40.000 bilhetes? Eu jamais me disporia a enviar para aqueles lados 40.000 bilhetes, um número que serve propósitos meramente noticiosos, mas disponho-me a defender a ideia de abrir o fosso para os adeptos vermelhos e atirá-los todos para lá. Caberão uns quantos milhares, não?

Mas devo admitir que estou um pouco triste com a eliminação do Benfica. Como Sportinguista, anseio jogar e derrotar os melhores, e obviamente que nada seria mais saboroso do que receber o eterno rival em Alvalade e dar-lhe, literalmente, no estádio e nas imediações, um valente pontapé na peida, recambiando-o para a pocilga todo dorido e a lacrimejar. Tenho ainda uns quantos desejos por realizar nesta época, mas farei referência a eles mais tarde. Penso que muitos Sportinguistas partilharão deles.

Regressando ao vídeo e à polémica sobre o clássico dos clássicos português, ficaremos então à espera que este momento feio e as atitudes nele contidas sejam debatidas em local próprio, como nos fóruns de desporto, jornais desportivos, etc., procurando diversificar um pouco o tema e o alvo do debate que até agora tem sido congeminado: criticar o Sporting e os seus adeptos e ilibando um clube cuja colecção de atitudes anti-desportivas sobram e chegam para décadas vindouras.

Segunda-Feira, não propriamente o dia ou a hora mais apropriadas para um jogo de futebol, o nosso Sporting vai receber o Belenenses. Marquemos presença! Conquistemos a vitória!