Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

17 de março de 2011

Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios, explica o método financeiro de Godinho Lopes

Num artigo escrito no jornal Record, na sua coluna semanal, no dia 4 de Março, o autor refere o seguinte sobre a “solução” de Godinho Lopes:

“O clube precisa de reestruturar o pagamento de dívidas e de uma injeção de capital. Godinho Lopes, além de querer fazer de Alvalade um estádio de casamentos e batizados, avança com um cheque de 100 milhões de euros, garantindo ter negociado tudo com a banca. Para começar de novo? Não, para tentar outra vez: é mais dívida para pagar dívida e para contratar uma equipa que vença.

Muito simples, fundamentalmente, além de confirmar algo que venho a escrever há muito tempo: Godinho mente sempre que é chamado a explicar a origem e utilidade dos 100 milhões de euros. Ele mente. Descaradamente, ainda por cima. Afirma-se como um candidato não ligado à banca, mas tem da mesma um empréstimo de 100 milhões preparado. Não é da continuidade, mas tem a bênção e o assentimento de José Maria Ricciardi e, mais tarde, de José Roquette.

Congratula-se pela redução em 70 milhões de euros, valor aproximado, do Passivo, quando tal redução não tem origem em resultados positivos, mas devido aos VMOC (que forçarão o nosso clube a viver e responder a uma situação nunca vista: o clube de futebol que poderá não controlar a equipa de futebol) e ao acordo recentemente celebrado entre o clube e a CML. A questão dos VMOC, caros amigos, analisando as características da sua emissão (alteração total da estrutura de capital, com o actual accionista maioritário a perder dita posição), é um negócio plenamente ruinoso e, quando analisada no contexto de um clube de futebol com um modelo de associativismo participativo, demente.

A verdade é só a seguinte: Godinho Lopes colocará o clube ainda mais dependente da banca, precisamente o aspecto mais criticado por parte dos Sportinguistas. Quando se exige mais autonomia directiva aos gestores que representam o Sporting, permitindo maior margem de manobra e maior focalização em outros aspectos essenciais do clube (ecletismo, associativismo, representação institucional, etc), Godinho Lopes apresenta uma solução que não é solução, é um remendo temporário com possíveis resultados (expectáveis se tivermos em conta o histórico da Linha Roquete) catastróficos.

Além do acima mencionado, é importante referir a falta de integridade de quem tem vindo a fazer campanha afirmando que não aumentará a dívida global da SAD. Mentiroso!

Quando o caminho a percorrer deveria assentar na diminuição gradual da dívida global, a longo prazo, e na redução dos custos financeiros correntes, a curto prazo, o Sporting Clube de Portugal, caso Godinho for eleito, percorrerá o caminho inverso: pagará mais a curto prazo – situação explicada por Pedro Baltazar, que identifica um aumento de 2 a 4 milhões de euros de custos financeiros (serviço da dívida), a adicionar aos actuais 10/12 – e acabará por ter de, caso o consiga, assumir e servir uma dívida global superior à actual – que não produziu qualquer retorno, financeiro ou desportivo.

É neste tipo de candidato, que mente descaradamente, que depositam a esperança de um Sporting vencedor?

De um Sporting ainda mais endividado? Certamente. Sem qualquer garantia de retorno nos investimentos a realizar, ainda por cima. Ao contrário de Bruno Carvalho, cujos investimentos serão suportados por terceiros (não sendo obrigatório pedir qualquer empréstimo).

Para concluir, o caro Pedro Santos Guerreiro escreveu no dia 6 de Março o que eu escrevi no dia…28 de Fevereiro. E no dia 2 de Março. Nada de novo para mim, mas certamente estranho para os que me encaram como um anti-Godinho primário. Os meus conhecimentos sobre gestão e finanças permitem-me analisar qualquer solução financeira com extremo rigor e seriedade. A falta destas características na solução de Godinho Lopes é gritante. Tenho 22 anitos, trabalho/estagio no HSBC, pelo que jamais qualquer candidato a presidente do meu clube me indrominará com pseudo-esquemas financeiros de recuperação.

Votar Godinho Lopes, sem que este primeiro admita o que pretende realmente fazer, é votar contra o Sporting Clube de Portugal! Se Godinho for sério e admitir as consequências do seu plano, cada um de nós poderá depositar o respectivo voto na solução que mais apreciar. Será, penso que concordarão, um voto consciente.