Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

22 de fevereiro de 2012

Como o clube azul costuma operar na sombra, eu acredito que o que vou escrever vai acontecer em Manchester (uma certa parte, ao menos)

Salvo situação anormal, o Sportinguista apoia o clube que defronta ora o Porto, ora o Benfica, porque derrotas de ambos costumam beneficiar o Sporting (vice-versa). Há algum tempo escrevi que, se pudesse escolher entre eliminar o Porto ou o Manchester, optaria pelo Porto, porque a felicidade de eliminar um clube que é mais rival do Sporting do que o Manchester é maior, e sendo o clube azul presidido por aquele notório conhecedor da secção central do Correio da Manhã, de rabos e muitas massagens, a vitória seria ainda de um sabor mais delicioso.

Se a dita opção me fosse dada a escolher hoje, escolheria o mesmo: quero jogar com o Porto. Quero eliminar o Porto. Prefiro eliminar o Porto. Prefiro atirar o Porto para fora da UEFA, vendo o meu clube seguir em frente. Eliminar o Porto seria uma sensação muito, muito doce. Penso que é inquestionável que uma derrota do Porto às mãos do Sporting é mais saboroso do que uma derrota do Porto às mãos de um outro clube qualquer, forte ou fraco, pobre ou sordidamente rico.

Debruço-me agora sobre um outro aspecto deste jogo entre o Manchester City e Porto. O jogo no Estádio do Dragão ficou marcado por cânticos racistas entoados contra o jogador Balotelli. A sua ocorrência é inegável, apesar dos vários spins que alguns lhes tentaram conferir. O Porto, através de um director que outrora foi o comentador desportivo da RTP (e notório pelo seu histerismo sempre que o Porto marcava um golo, agora entendível), veio a público informar que os cânticos não eram de todo racistas, eram antes de apoio ao jogador Hulk, servindo-se do nome do avançado brasileiro para mascarar o cântico amacacado vindo da bancada dos Super Dragões, claque banal (sendo a principal claque do Porto, existe aqui um paralelo entre a banalidade de um e a de outro, o que se percebe). Ficou ainda por dar a conhecer uma versão alternativa às duas conhecidas, a do racismo e a do apoio ao Hulk: uma homenagem ao líder da claque, conhecido como Macaco, tipo desempregado mas condutor de um carro conhecido pelas velocidades elevadas que consegue atingir, além de que o próprio Macaco parece ser obsequiado pelas gentes da claque com um seguidismo que faria corar muitos políticos e ídolos musicais. Não percebo como ninguém se lembrou desta alternativa. Concedo que é tão ridícula quanto aquela que o tipo do Porto deu, mas nunca se sabe que tretas poderão as gentes azuis congeminar.

Quem acompanha o mundo das claques, mesmo que de forma pouco atenta, sabe que o cântico dos Super Dragões para o Hulk não é “Hulk, Hulk, Hulk”, e isto se nos esquecermos dos movimentos símios que acompanharam o cântico do dito jogo. Hoje, por outro lado, penso que o será. O Porto sempre se comportou de forma sábia, mesmo que incorrecta e violadora da lei. A claque portista tem ligações umbilicais ao presidente Pinto da Costa, estilo guarda pretoriana, embora este “imperador” não será vitimado pelas ambições da guarda. Não me admirarei quando os adeptos portistas presentes em Manchester entoaram um cântico que antes nunca foi utilizado por eles: Hulk, Hulk, Hulk.

PS – foi hoje noticiado que um bilionário russo está interessado em investir no Sporting Clube de Portugal, um desejo que poderá ter sido incentivado pela relação próxima entre Peter Kenyon, antigo homem-forte de Abramovich no Chelsea, e Godinho Lopes. É bom saber que nem todos os russos, para Godinho, são de origem dúbia. Alguns blogues Sportinguistas continuam a primar pela desatenção. Ao contrário dos russos do Bruno Carvalho, que não teriam em sua posse uma sequer mínima parte da SAD do clube, este russo, se de facto for verdadeira a sua intenção de investir no Sporting, será "dono” do Sporting. O modelo que agora é discutido não é um de Fundos de Investimento, mas um no qual um rosto adquirirá parte maior da SAD, e assim substituirá o actual accionista maioritário, o Sporting Clube de Portugal, o clube, que é detido pelos associados do SCP (o Sporting Somos Nós deriva deste facto). Atenção a este vital aspecto! Muitas outras notícias como a de hoje serão ainda dadas a conhecer pela imprensa portuguesa. É uma tema facilmente noticiável porque lida com sentimentos e com um clube muito importante. Hoje é o Prokhorov (um oligarca cuja fortuna se criou por causa do charivari em que a Rússia, pouco tempo após o desmantelamento da URSS, estava envolvida), amanhã será outro “ov” qualquer, talvez até um “Shalam” depois. Nós, Sportinguistas preocupados com o clube, continuaremos por cá. Nem percebo as ligações que uns fazem entre a ideia do Bruno Carvalho e esta – incluindo o próprio Bruno Carvalho. O único ponto idêntico é a nacionalidade do investidor. Estamos a falar de ideias totalmente diferentes, meus amigos.