Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

20 de janeiro de 2012

Vou sair do perímetro que hoje define o mundo Sporting e…

… admitir que gostaria de ver o contrato de Domingos renovado. Seria uma excelente nota de confiança dada ao plantel e aos Sportinguistas, além de representar, se acontecer, o que não parece provável, a existência de um projecto que vai além de uns quantos momentos de depressão e euforia.

O SCP, como clube que necessita rapidamente de conquistar o mais importante título nacional, o campeonato, necessita de estabilidade, e esta pode ser trabalhada através de um rosto, o Domingos, que me parece competente para levar a bom porto o objectivo que todos desejamos.

Prolongar o contrato ao Domingos não seria apenas estabilizar o clube, como daria prova de que o elenco administrativo presente, concordando ou não com quem o representa, possui visão estratégica: para um projecto vencer, o caminho para lá chegar tem de ser definido previamente. As grandes conquistas do futebol actual (Barcelona, Manchester United, exemplos de melhor significado) são resultados não de decisões tomadas há escassos meses, mas antes de ideias e decisões de há anos.

Chega de gestão para amanhã. Quero uma gestão para amanhã, para daqui a 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos, 10 anos. O Sporting merece-o. Nós, sempre prontos a sofrer pelo nosso clube, queremo-lo. Mais importante ainda, o Sporting precisa. Os tempos são árduos.

O treinador é talvez a peça mais essencial de um projecto desportivo. Noutros clubes, concedo-o, o presidente será mais importante, mas nesses estaremos a abordar clubes que vivem sob o culto de personalidade de um homem que, pelas conquistas por ele iniciadas, é superior ao clube em si. Não é o caso do Sporting. O Sporting Clube de Portugal desde a era Roquete é, acima de tudo, um clube desprovido de liderança séria e forte, uma liderança que prometeu 1000, nos deu 10 e ficámos a dever 900 (os restantes 90 foram para a conta bancária de uns quantos…), uma liderança que em momento algum soube preparar o futuro estudando o mal que se fez no passado.

No Sporting Clube de Portugal, como referiu muito inteligentemente, hoje, Oceano numa entrevista à Antena 1, é um clube que “vai de um estado de depressão profunda a euforia extrema num segundo”. Concordo com o Oceano, jogador que adorava ver jogar, pelo interesse que colocava em campo. A bipolaridade que hoje define o Sporting, apesar de negativa e de trabalhar contra o nosso clube e a favor dos nossos rivais, é percebível: nós queremos vencer o título nacional. O desejo das massas Sportinguistas é de tal forma extremo que qualquer bom momento é percebido como garantido daí em diante, e acontece o mesmo quando nem tudo corre bem. Desvanecendo-se esse, por exemplo, bom momento, o medo de um Sporting apático e incapaz regressa.

Renovem o contrato ao Domingos, garantindo imediatamente estabilidade, melhor ainda sendo alicerçada num elemento competente e apreciado por quase todos os Sportinguistas, num ponto que tem sido um dos grandes problemas do Sporting, o treinador.

Acredito no Domingos. Mas não acredito em milagres. Não em milagres a favor do Sporting Clube de Portugal, entenda-se.

Contra tudo e contra todos, para o Sporting e um Sportinguista, não é uma frase conhecida, é um lema que toca no coração verde-e-branco. Contra inimigos internos, como directores corruptos e jogadores incompetentes. Contra árbitros, contra directores de rivais. Contra azares incompreensíveis, contudo expectáveis. Contra a imprensa: contra o Poder instalado.

As vitórias de 1999/2000 e 2001/2002 não foram somente vitórias de títulos nacionais: foram vitórias do mérito. Nesses anos, o Bom venceu.

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, SEMPRE! – felizmente.