Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

4 de outubro de 2011

Acerca de um silêncio que parece dominar a paisagem…

As recentes demonstrações de força da equipa de futebol do nosso clube, que contra todos tem demonstrado ser capaz de arrancar os 3 pontos necessários a uma época condizente com os pergaminhos do clube – vencer tudo –, começam a assustar muitos, ora jornalistas, coitados, ora adeptos, ora tudo o resto que tem opinião sobre futebol, principalmente aqueles que do desporto percebem tanto como quem nunca antes o presenciou.

A invasão, termo como nunca antes tão apropriado, de adeptos leoninos a Guimarães, admitida pelos locais como “a mais impressionante dos últimos anos”, define a massa associativa do Sporting Clube de Portugal como a mais incrível de Portugal, uma massa associativa que se reergue das catacumbas da infelicidade num ápice, em poucas semanas, e se torna, também muito rapidamente, num fenómeno de apoio incondicional ao clube verde-e-branco, a, nunca é vazio referi-lo, mais vencedora instituição desportiva de Portugal.

O Sportinguista, já várias vezes comprovado ao longo de épocas transactas, é um adepto diferente, e essa peculiaridade que o define é acima de tudo positiva, que o distancia de os outros, principalmente os rivais directos, eles hinos ao abstracto e a um estilo de adepto que raia o mercenário, que apenas se dispõe a sofrer em momentos que se auguram antecipadamente como positivos. Sim, não deixa de ser verdade que a má gestão praticada recentemente, o principal aspecto negativo do Sporting moderno, teve a conivência, através do voto, dos sócios do Sporting Clube de Portugal, mas não deixa também de ser verdade que o adepto do Sporting marca presença após o facto. Está lá. Compra bilhetes, individuais ou de época. Não foge. Continua a sofrer.

O Sportinguista, quando comparado a todos os outros “istas” deste campeonato, e não é insensato extrapolar a base de comparação a outros países (curiosamente, tenho a sensação de que os grandes clubes que se vestem verde na Europa são lesados por outros que vestem de vermelho, principalmente, e de azul), padece, como características marcadamente distintivas, de superioridade identitária, porque tem como clube uma instituição de comportamento íntegro e original, e moral. É moralmente superior a todos os outros adeptos deste país porque rejeita vencer de forma ilegal, criminosa, com ajudas exteriores aos intervenientes directos: os jogadores. Quantos de nós, Sportinguistas sofredores, não ficámos aborrecidos ao constatar que um golo nosso foi sancionado ilegalmente – eu sei, é uma raridade, mas já aconteceu –, seja por fora de jogo, falta, etc.? Quando acontece, eu fico chateado, exclamando várias vezes que “não quero ajudas!, o meu Sporting não é corrupto!!” Embora use óculos (consequência de anos loucos a jogar consola!), não sou cego, nem caminho para tão infeliz situação de vida, e portanto sei muito bem quando um jogador do Sporting é bem expulso, o que, óbvia e expectavelmente, não aconteceu no passado fim de semana. Com pulhas como o Bruno Paixão a apitar jogos do Sporting, um incompetente genético que em todas as crónicas à sua performance é arrasado, a festa azul ou vermelha está garantida. No entanto, e aqui tem residido a dor de todos os que no seu coração têm Anti-Sportinguismo para dar e vender, o Sporting Clube de Portugal saiu do jogo com os 3 pontos. Ui, a dor torna-se a cada dia maior.

Mas, não é muito complicado conjecturar, é bem mais fácil desejar a vitória, legal ou ilegalmente, e rapidamente esquecer a forma como ela foi alcançada, isto em caso de ilegalidade. E depois de anos selvaticamente dolorosos para os nossos corações verdes e brancos, onde mau futebol foi uma constante e pouca ou nenhuma garra foi evidenciada tanto por directores como por jogadores, muitas vezes existiu a tentação de pedir a um qualquer director do Sporting que comece a jogar da mesma forma de outros: subornar, maquinar interesses. Os roubos são em tantas ocasiões tão descarados, propositados e planeados, que várias foram as vezes em que pedi que algo extra-desportivo fosse feito para que o Sporting conseguisse entrar em campo de forma tão igual, em termos de respeito pelas normas do desporto aqui retratado, quanto os adversários que quase todas as semanas são ajudados para nos derrotarem. Os roubos contra o Sporting Clube de Portugal, perpetrados por um conjunto de intervenientes que todos conhecemos bem,  só perdem em tempo para o futebol em si, porque tudo o resto é mais recente que o movimento de corrupção que tem como alvo único o Sporting, e como beneficiários o Porto e o Benfica.

Voltando à superioridade que eu, como qualquer outro benigno opinador, entendo existir quando comparado o Sportinguismo a tudo o resto, parece existir em Portugal um gosto particular em derrotar o Sporting, em criticar os seus adeptos, em receber telefonemas a horas indecentes e construir capas de pasquins que seriam rejeitadas por qualquer redacção minimamente profissional e digna, ou então em conferir a este majestoso clube uma dimensão menor, muito, que a que realmente o define. Azuis, esses tristes adeptos que ao primeiro momento de infelicidade abandonam o presidente (o gajo é maior que o clube), não interessam nem ao mais desinteressado dos analistas de futebol. É gente que não interessa. É gente motivada unicamente por ódio a terceiros, pois, porque quem não tem identidade, quem tudo deve a um homem, mais ainda um como o Pinto da Costa, está permanentemente enclausurado a um estatuto de menoridade. Quando o clube não vence, aquela gente evapora-se. Os vermelhos, bem, esses representam uma estirpe de artificial grandeza, malta que enche o peito e alma lendo jornais e indo na cantiga de ex-jogadores que hoje nem no TOP 3 da história do futebol português prefiguram. Reparem, a seguir ao melhor jogador português de todos os tempos, de nome Fernando Peyroteo, jogador e homem de fantásticas qualidades, encontra-se um outro que presentemente se encontra em actividade, Cristiano Ronaldo.

E é assim o Sportinguismo: puro, genuíno, honesto e sofredor desde sempre. O pódio dos amores clubísticos, em Portugal, é diferente de todos os outros. Ocupado em todos os lugares por nós. E é assim o Sportinguista: sem ainda nada ter conquistado, já ensina a outros, que vencem regularmente, como as grandes massas de adeptos se comportam. As festas leoninas são manifestações de beleza única, especial, e tentar imitá-las não é apenas um exercício fútil, é também idiótico. Cânticos, então, é bolo onde todos os outros metem o garfo.

A fotografia acima não é apenas isso, uma fotografia qualquer, um grupo de adeptos – muitos!! – num estádio a apoiar a sua equipa. É a imagem que nos distingue de todos os outros. O Sporting é um monstro. E está a acordar! Eu imagino, e faço-o com um sorriso enorme no rosto, a dor de quem foi incumbido de fazer as capas dos vários jornais de segunda-feira. Imagino. A dor e as idas rápidas à farmácia.

- Estou, quem fala? – perguntou o A, um jornalista de um jornal que se auto-proclama a bíblia do desporto.
- Sou eu, caralho, o director! – resmungou.
O jornalista endireitou-se. Uma caneta caiu ao chão, e colegas que estavam ao seu lado sentiram que o telefonema era importante. O director, por norma um visitante regular num estádio vermelho da cidade de Lisboa, tinha por hábito telefonar para a redacção e desabafar.
- Ah, sim, diga – disse o jornalista A.
- Ganharam, os gajos ganharam! O árbitro bem tentou, mas eles ganharam! Filhos da p… – do outro lado, o director estava já a gritar. A comunicação começava a sentir interferências.
- Pois, o que podemos fazer? Pode ser que a coisa corra melhor na próxima semana… – o jornalista A procurava acalmar o seu superior hierárquico. A transferência do salário referente ao mês de Setembro não tinha sido ainda confirmada, pelo que irritar o director não era uma atitude inteligente
- Espero que sim, espero que sim. Vitórias daqueles gajos é o pior que pode acontecer. É o pior! O meu intestino anda às voltas já!
- Olhe, estão a chamar-me. Vou desligar. Até amanhã – e desligou o telefone.
Colocando o telemóvel de serviço na gaveta, o Jornalista A arrumou a mesa e, de sorriso forte no rosto, trotou em direcção ao elevador. Pressionou o botão para descer, este acendeu-se. Chegado à zona do parqueamento, seguiu para o seu carro. Entrou. Abriu o porta-luvas. Tirou o cachecol do Sporting Clube de Portugal.
- E viva o Sporting! – gritou para o parque de estacionamento vazio.

ps – Domingos, meu treinador que nos vai guiar a noites consecutivas de festa, desculpa-me a impaciência, motivada por dois jogadores que já não marcam presença em Alvalade, manifestada em tempos complicados.

E O SPORTING É O NOSSO GRANDE AMOR!!