Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

17 de maio de 2011

Domingos e a final pouco apreciada de Dublin

Domingos é hoje um treinador contente. Além de extremamente competente no exercício das suas funções, em que a regularidade positiva tem sido uma das principais características da sua carreira, algo que me indicia estar perante um talento claramente acima da média e altamente recomendável na área técnica do futebol, Domingos joga amanhã (hoje, para ser mais correcto) um jogo de vital importância ora para o clube que treina, um símbolo de dimensão banal que ousou, justamente, chegar a tão almejado jogo europeu, ora para o seu currículo, porque não é comum a situação de um treinador português conseguir disputar uma competição de tão elevada dificuldade.

Tendo tal em conta, é importante referir que, e aqui admito que não tenho dados oficiais que consubstanciem o vindouro argumento, o Braga poderá ser a equipa com o mais reduzido orçamento alguma vez a conseguir chegar a uma final europeia. Comparativamente a todos os outros emblemas que marcaram presença na edição 2010/2011 da Liga Europa, a versão mais comercial da Taça UEFA, incluindo o nosso amado Sporting Clube de Portugal, eliminado tão caracteristicamente frente a um Rangers de categoria em qualquer dia ao nosso alcance, o Braga é, permitam-me tão curta apreciação, uma mescla de dois factores: qualidade técnico-táctica, personificada no rosto que orientará o mais singular e especial clube de Portugal na próxima época, o Sporting, e ambição, cujo plantel que representa o Braga tão bem vivencia e dissemina. A vitória frente ao Benfica não foi meramente meritória, e foi assim aos olhos de qualquer individuo que entenda as regras do jogo, mas também um tiro muito certeiro num aspecto cultural do nosso futebol: eliminar o Benfica ou o Porto é na maior das vezes uma tarefa reservada a clubes abençoados com poder divino.

Sobre a final em si, recordo uma frase de um colega meu:

“Bragi [sic] against Porto? That must be one of the weakest finals of the UEFA Cup!”

Será uma final desprovida de sentido identitário, porque ambas as equipas são amostras de grandezas de outros símbolos dos seus países. Eu espero um excelente jogo de futebol, não se enganem, assim como, e aqui é mais um desejo do que uma expectação, estarei a torcer pela vitória do Braga. Pouco mais de 3000 adeptos do Braga estarão presentes, assim como cerca de 7000 adeptos do Porto. O estádio escolhido para receber a final, o Aviva Stadium, tem capacidade para quase 52.000 adeptos. Dada a incapacidade de ambos o clubes encherem o estádio, porque simplesmente não possuem massa humana capaz de o fazer, nós, Sportinguistas, poderemos sempre deleitar-nos com o verde que harmoniosamente preenche as bancadas do estádio – quiçá esperar que o mesmo, que as bancadas sejam maioritariamente verdes, aconteça no nosso belo recinto…

Aconteça o que acontecer, mas mais significativo será se o Braga vencer o Porto, Domingos jamais sentirá amanhã o que sentir no radiante dia em que o Sporting, com o Domingos como líder, se sagrar campeão nacional, ou até se, e todos sabemos ser possível, chegar à final da Liga Europa, mais uma vez. Portugal parou no dia em que o Sporting Clube de Portugal disputou a final da Taça UEFA. Não parou, é preciso referir, por questões comerciais, por desejos de televisões em capitalizar sobre o momento, mas porque o Sporting, gostem ou não, é Portugal, é um clube nacional, geograficamente amplo.