Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

13 de março de 2011

O que têm em comum Paulo Pereira Cristóvão e Rod Serling?

Sem Título

O nome Rodman Serling é desconhecido à maioria dos Sportinguistas. Aliás, diria que 99,4% (ia escrever 99,5%, mas o valor que decidi colocar é de uma exactidão similar às sondagens realizadas pela empresa de Rui Oliveira e Costa, a Eurosondagens) da massa associativa do Sporting desconhece o nome em questão, o rosto. Permitam-me a explicação. Vão gostar, nem que seja pelo simples facto de ampliar a vossa lista mental de biografias.

Rodman Serling nasceu em 1924, nos Estados Unidos da América. Enquanto estudava, num qualquer liceu comum dos EUA, gostava de escrever contos que, após entregar estes a colegas e professores seus, eram apelidados de “estranhos”, bizarros, demasiado futuristas. Era um hobbie de Rodman, que na altura chefiava o jornal liceal. A sua personalidade intempestiva era conhecida em toda a escola, tal a forma como confrontava quem ousava colocar em cheque, por variadas razões, as suas criações literárias amadoras.

A sua escrita não se cingia somente à ficção, bem pelo contrário, entrando nos mais variados campos: crítica literária, opinião, etc. Era inclusive um fã de vários programas radiofónicos da altura – escrevia imensas cartas às mesmas, ora criticando o que defendiam, ora defendendo o ponto de vista das mesmas. Fora do âmbito da escrita, era um companheiro muito engraçado, apreciado por todos aqueles que eram amigos dele. Gostava de imitar personalidades famosas, sendo que Franklin Roosevelt, presidente dos EUA durante a Grande Depressão e parte considerável da II Guerra Mundial, era o seu favorito.

Ora bem, a II Guerra Mundial eclodiu no preciso momento em que Serling era confrontado com a ideia de ir, ou não, para a universidade. Colocou, naquele momento, de lado tal ideia e, muito antes de sequer pensar em alistar-se, fez campanha pró-esforço militar dos EUA junto dos seus amigos, colegas de escola, professores, etc. Depois de tão nobre esforço, num momento em que eram amplamente divulgadas as vitórias da máquina de guerra Nazi, o Império Japonês bombardeou a base norte-americana de Pearl Harbour, dessa forma selando a entrada dos EUA na II Guerra Mundial. Serling, no entanto, e apesar de a possibilidade de ir para a universidade ser ainda real e plausível, decidiu alistar-se, fazendo parte, física e mentalmente, de um destacamento de paraquedistas.

A sua participação na II Guerra Mundial, em termos de presença em batalhas, iniciou-se e concluiu-se numa operação militar que visava controlar um território bombardeado durante a famosa batalha de Leyte Gulf. À ultima hora, Serling foi transferido da sua divisão para uma outra, esta de demolições, conhecida pela elevada mortalidade dos seus soldados. O fim da possibilidade de vir a criar uma carreira militar deveu-se, confirmou um oficial, à sua incapacidade enquanto soldado, dado que lhe “faltava agressividade”. Era um sonhador, no fundo. Costumava separar-se da sua divisão e caminhar, sem autorização para tal, por terrenos desconhecidos, explorando e escrevendo sobre tudo o que encontrava. A sua coragem, contudo, viria a ser confirmada mais tarde.

Num banquete organizado por locais para comemorar a libertação de uma vila Filipina, a sua divisão foi atacada pelo inimigo. Vários colegas seus não sobreviveram ao ataque, tendo Serling sido atingido por estilhaços de uma das muitas granadas que foram lançadas contra o banquete, o local de comemoração (talvez a palavra “banquete” soe muito a Século XV, admito) – a granada em questão atingiu-o quando Serling se movimentava em direcção a um amigo seu, para o salvar. Pronto, aqui está o evento que selou a participação de Serling na II Guerra Mundial. Ainda marcou presença numa outra operação, não como soldado no terreno, mas como uma espécie de observador e auxiliar. Acabou a sua carreira militar com prestigiadas condecorações militares: a estrela de Bronze e a Purple Heart, tudo condecorações que louvam a capacidade de sacrifício de um soldado – a sua prestação no ataque acima mencionado foi, de acordo com um sargento, “heroica”.

Perguntam: Porra, mas que raio tem este gajo a ver com Paulo Pereira Cristóvão? Bem, se leram com atenção o 3º e 4º parágrafos, realizarão que Serling era escritor, ou aspirante a escritor. Ora bem, Serling, e aqui se situa o importante, é o criador da famosa série…esperem…Twilight Zone. Exactamente, essa mesmo. Aquela série bizarra. Twilight Zone, aquela espectacular série em que tudo é estranho, bizarro, utópico, capaz de puxar pela imaginação de qualquer um que dê um pouco da sua atenção aos episódios da mesma.

O ponto essencial deste post é o seguinte: Serling criou a Twilight Zone; Paulo Pereira Cristóvão vive nela. Sem a série Twilight Zone seria díficil oferecer um enquadramento argumentativo para as “declarações” de Cristóvão. Seria difícil acreditar que ele, um trapezista eleitoral que faria corar os do Circo Chen, proferiu aquilo que a A Bola hoje divulga.

Paulo Pereira Cristóvão, outrora um dos mais acérrimos críticos da gestão Roquete, é agora um dos seus fantoches. Ok, ele fá-lo porque a sua empresa de segurança precisa de novos clientes – uma resposta empresarial, portanto. Quem não se lembra das prestações vocais deste senhor nas Assembleias Gerais do Sporting Clube de Portugal? Todo aperaltado, altamente motivado nas suas críticas, fundamentadas, a Bettencourt ao estilo de gestão praticado. Directo, frontal, características que eram apreciadas por quem desejava alguém que soubesse exteriorizar aquilo que sentia. Afinal, a necessidade de um trabalho fala mais alto. É precisamente neste tipo de gente – que vendem os seus valores à primeira oferta – que não devemos confiar. Não possuem balança moral.

Digam-me: que qualificações é que este homem possui que possam legitimar e justificar a posição lhe foi oferecida? Queremos gente séria e capaz no Sporting, ou queremos cargos (mesmo que triviais, como aquele que Paulo Pereira Cristóvão pensa que vai ocupar) ocupados por homens escolhidos por motivos eleitorais e estratégicos? O que vem a ser isto, afinal? Vale tudo? Como se pode justificar a escolha de um homem que meses antes caracterizava a gestão da linha que ele agora representa como “criminosa”, altamente prejudicial ao Sporting? Alzheimer eleitoral, se calhar.

Lendo aquilo que ele diz – “não caiam no conto do vigário"” – tenho o seguinte a dizer/escrever: não te preocupes, Paulo, é por isso mesmo que não votarei na lista a que pertences, um autêntico “conto do vigário”.

Estás um bocadito cheiinho, Paulo. Deve ser das sandes de “valores” que tens comido. Não mastigas o que comes. Engoles tudo de uma vez. Isso faz mal, Paulo.

Obrigado pelo aviso, Paulo.