Antes de pensar escrever sobre o jogo e sobre o que aconteceu dentro do recinto, prefiro debruçar-me, embora brevemente, sobre tudo o que precede a partida em si, ou seja, o momento em que os adeptos do Sporting, mais de 3500, esperam para poder entrar no recinto desportivo do rival e ver a equipa do Sporting.
Não é preciso escrever muito sobre a forma como se desenrola a entrada de adeptos leoninos naquele estádio, preferindo eu resumir tudo da seguinte forma: deve violar uns quantos artigos dos Direitos Universais do Homem.
O irritante é que o contrário nunca acontece. Quando adeptos do Porto se deslocam a Alvalade, a polícia impede os adeptos da casa de se deslocarem livremente ao longo do estádio, e abrindo caminho para os visitantes, na maior das simpatias que em contrário nunca acontecem, entrarem e poderem ver a partida desde o minuto inicial. Em situação oposta, nada semelhante acontece. Nas idas à Luz, milhares e milhares de Sportinguistas ficam confinados, desumanamente, a espaços reduzidíssimos, uns em cima dos outros, às vezes obrigados a encolher a barriga e a colocar os braços no ar, quase 1 hora em tão ofensiva postura, e por vezes a solução, apenas para ganhar tempo, é chamar uns quantos nomes aos cães de capacete azul e de colete amarelo que regulam todo o processo, isto tudo enquanto poucas dezenas de lampiões de merda andam a passear no local por onde os Sportinguistas acedem ao estádio.
Basta desta pouca vergonha que nem em países do terceiro mundo ocorre! Metam a jaula, a caixa, seja lá o que chamam àquilo, no cu, que mais não faz do que antagonizar os adeptos visitantes.
Quando o Benfica se deslocar a Alvalade para disputar – e perder – a eliminatória de então da Taça de Portugal, tratemos os lampiões como eles nos tratam a nós. Só entram em Alvalade depois de todos os Sportinguistas estarem dentro da sua casa, o Estádio de Alvalade.
Estes homens de capacete azul e de bastão na mão são uma vergonha para a profissão, nem homens em si são, pois não se coíbem de bater em mulheres de alguma idade, como aconteceu aconteceu à saída do estádio, agridem adeptos de costas voltadas, empurrados pelos que atrás se encontram animalmente comprimidos.
Mas algo de positivo ontem aconteceu em tudo o diz respeito a como se procedem as entradas naquele estádio: os directores do Sporting, que rejeitaram o convite da direcção do rival para se sentarem no camarote, puderam apreciar a pouca vergonha que define a vida de um adepto do Sporting que paga vários euros para ir apoiar o seu clube – ontem, só se fez ouvir uma classe de adeptos, a nossa, e reduzimos os lampiões aos seu verdadeiro estatuto: súbditos, por genética, do poder leonino – e que acaba agredido, tratado como um animal, desprovido de direitos que lhe são conferidos pelos regulamentos da Liga.
É justo um blogue leonino ajudar, por força das palavras, a criar um ambiente de violência, de medo? Não é, mas ainda se não possuir razões que o ajudem a legitimar, mas eu espero, porque a nós nos é justo pedi-lo, que os Sportinguistas saibam, quando o clube vermelho vier jogar connosco a Alvalade, aterrorizar tudo o que não seja do Sporting, pois é a única resposta possível a tão injusto e cruel tratamento. É em cima deles, rapinar tudo o que não for verde, esperar pelo bando vermelho e atirar-lhe pedras, garrafas, tochas e petardos em cima.
Um dirigente daquele clube de labregos e de bêbados, após o jogo de ontem e chamado a dar opinião sobre a caixa de segurança, disse o que disse, outra pouca vergonha em palavras cuja exactidão, por este blogue ser Sportinguistas, não pode nunca ser aqui transcrita.
Sportinguistas, em cima deles!