Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

25 de janeiro de 2011

Premissa obrigatória

040109

Muito se fala sobre o fim da “continuidade”. Muito se escreve sobre o fim da “continuidade”. Aqui entre nós, vou pela via mais simples e conclusiva: a linha da “continuidade” só chegará ao fim no dia em que uma auditoria for feita a todo o Grupo Sporting, incluindo, o mais importante, aquela panóplia toda de empresas I, II e III – este é o cerne da questão, a razão que leva um clube desportivo a possuir mais empresas que muitos grupos empresariais cotados em bolsa. Só nesse dia, mesmo.

A imprensa nacional, tanto desportiva, principalmente, como generalista, tem-se multiplicado em crónicas que, dizem eles, vindicam o fim da continuidade, o fim de um estilo de gestão que foi inaugurado quando o Sr.Roquete se tornou presidente do Sporting Clube de Portugal, em 1996.

A vaga de candidaturas semi-virtuais, divididas por entre desejos de sócios e nomes que todos parecemos desconhecer, é imensa. De movimentos espontâneos criados no Facebook – João Rocha Jr. – a movimentos criados recentemente na blogoesfera – o Movimento Sporting Sempre, qualquer frase minimamente mal interpretada conclui-se numa candidatura decisiva à presidência do mais vencedor clube desportivo de Portugal, o Sporting Clube de Portugal.

Eu prefiro uma via menos sensacionalista e menos ligada à imprensa generalista e desportiva. Qualquer sócio que se queira candidatar deve, na minha humilde opinião enquanto Sportinguista, contactar o clube, informar os sócios através do jornal do clube. É o meio de comunicação do nosso clube, além de poder ser um aditivo às vendas do jornal, o mais antigo jornal de clubes na Europa.

Sobre o movimento João Rocha Jr., que por si perde inicial credibilidade quando é criado por terceiros e não pelo próprio João Rocha Jr., apraz-me dizer o que digo quando qualquer nome é mencionado: projectos, my friends, eu quero projectos, intenções, objectivos. Não sou completamente literalista, isto é, não pretendo passar a ideia de que sou totalmente alheio ao nome em si. Ao apelido, melhor dizendo. Nem uma ideia (leia-se vivo, a andar neste mundo) eu era quando João Rocha era presidente do Sporting, mas a história é conhecida: apesar de algumas decisões teimosas que prejudicaram o clube, nunca o Sporting Clube de Portugal foi um clube tão vivo, tão respeitado, tão fiel à promessa de um clube eclético e competitivo no futebol.

A suposta ideia que nos diz que Rogério Alves é consensual entre os Sportinguistas é uma mentira, é um truque. Eu percebo, o homem fala bem (é eloquente e directo), debita umas quantas palavras interessantes, e está escolhido o rosto do futuro, o rosto que vai dar por terminada a “continuidade”. Não me parece, sinceramente, que Rogério Alves seja esse candidato. Para porta-voz do clube? Sim, agradar-me-ia ver Rogério Alves nessa função.

Sobre os restantes nomes mencionados pela imprensa, não me apetece atribuir importância aos mesmos, devaneios de especulação. Fico-me pelo seguinte: não consigo compreender quem, supostamente interessado em liderar o clube, se dirige primeiro à banca. Amigos, a situação financeira do Sporting é conhecida por todos nós. Tendo em conta essa triste constatação, relacionada com a dívida enorme do clube e do estrangulamento por si criada, eu estou disposto a dar o meu voto a um projecto credível, não necessariamente alguém que defenda títulos a partir do ano 1. O Sporting só será campeão imediatamente no ano a seguir se, à excepção de algum milagre desportivo (jogadores de enorme qualidade a baixo custo) ou financeiro (a receita crescer exponencialmente), recorrer a empréstimos bancários, ou seja, mais dívida. É impossível, para não dizer estúpido (sinónimo:lampiónico), esperar que o próximo presidente, que se espera ser capaz de agregar o mundo Sportinguista e portador de um plano para o clube, chegue, acabando por conquistar todos os títulos e eliminar a dívida.

No outro dia tive a oportunidade de ler uma crónica, um espaço de opinião, no jornal Record. Em letras grandes, as maiores naquela página, o autor da crónica dava como terminada a linha da continuidade, a linha Roquete. Não me parece. É ingénuo acreditar que, não existindo até agora candidatos ou projectos, a linha Roquete terminou, ainda para mais quando se sabe muito bem que o último rosto da dita linha, José Eduardo Bettencourt, venceu com 90%. Já o disse, os credores do Sporting sabem que o cerco opinativo a uma possível candidatura por eles defendida existe, sendo até, como nunca antes aconteceu de forma tão óbvia, dita e defendida em colunas de opinião dos jornais portugueses.

Portanto, para concluir, a linha da continuidade só será definitivamente encerrada quando se apurarem responsabilidades, quando se souber – pode inclusive não ser nada de criminal (duvido, até porque não consigo recordar-me de níveis elevados de investimento que justifiquem a dívida global do clube, mesmo considerando o Estádio, incluindo o complexo em redor, e a Academia), mas antes sucessivos actos de doentia incompetência – o que aconteceu, financeiramente, nos últimos 15 anos, ao Sporting Clube de Portugal. Sem esse apuramento de responsabilidades ou de conclusões, o espectro dúbio da “continuidade”, do Roquetismo, jamais deixará a nossa casa, o Sporting Clube de Portugal.

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, SEMPRE!