Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

23 de janeiro de 2011

Marítimo vs Sporting CP

Ao contrário do último jogo do Sporting, frente ao um clube da Liga de Honra, este jogo, que oporá o Sporting Clube de Portugal ao Marítimo, é um jogo difícil, um teste às capacidades de uma equipa que não tem conseguido produzir bom futebol regularmente.

Sabemos bem, pelas piores razões, que a vertente qualitativa do futebol desertou há muito Alvalade, pelo menos aquela que se encontra do lado Leonino. Com o adversário nunca se sabe, mas isso é uma vertente que não merece meditação no actual momento.

O jogo frente ao Penafiel parece ter motivado muitos Sportinguistas, mas os últimos não se manifestaram pela alegria que o resultado proporcionou (feito fantástico, sem dúvidas), mas pelo facto de este resultado ter servido, acreditam eles, para silenciar alguns críticos do mago Paulo Sérgio, o tal que, não conseguindo alcançar qualquer objectivo de suprema importância para o Sporting Clube de Portugal, dessa forma falhando nos objectivos e na sua qualidade enquanto treinador capaz de os cumprir, “nunca se demitirá”.

Ao longo da minha curta vida enquanto adepto e sócio do Sporting, e acompanho regularmente os jogos do nosso clube desde a triste época de 1993/1994, isto quando tinha cerca de 6 anos, sempre caracterizei a minha postura com elevado optimismo, acreditando sempre na vitória, na capacidade de, mesmo perante óbvias dificuldades, tanto desportivas (equipa de futebol) como conjunturais (o ambiente corrupto do nosso futebol que torna qualquer vitória baseada no mérito impossível), o nosso clube se elevar e conquistar aquilo que merece, aquilo que honra a nossa história. Como clube desportivo, já o disse, somos os maiores, somos os mais vencedores. Nesse ponto, que em nada é insignificante, ninguém, muito menos em Portugal, nos alcança. Sporting Clube de Portugal é grande, é enorme, é vencedor e, mais do que qualquer outro clube português, tem sido um activo e empenhado clube contribuidor para conquistas desportivas portuguesas.

Dito isto, que deve ser recordado e mencionado por cada um de nós sempre que pensamos no nome do nosso amado clube, permitam-me algumas ideias sobre o jogo de amanhã, frente ao Marítimo, no Funchal.

Não tenho por hábito dar o meu onze inicial, sugerir jogadores, dar formações tácticas, etc. Tendo sido jogador do Sporting nos escalões de formação (de 1996/1997 a 2000/2001, tendo acabado a carreira por lesão no joelho – a lesão era recuperável, mas demorou cerca de 2 anos e, depois da recuperação, não havia motivação para regressar ao futebol), tive o privilégio de poder, mesmo escolinha, aprender, também por obrigação, obviamente, os meandros do treino táctico. Ora bem, a experiência foi enriquecedora, não tenhamos dúvidas, o problema era viver a experiência. A principal componente do treino residia em colocar os jogadores em campo, cada equipa com o seu respectivo colete, e, ao apito do treinador, movimentar-mo-nos em campo. Bem, até parece ser agradável. O problema é que não havia bola. Pois é. Não havia bola. Os coletes, verdes escuros e amarelos, tinham números. O treinador colocava os jogadores consoante o esquema táctico utilizado (4-3-3 básico, o esquema recorrentemente utilizado nessa época, quando treinávamos nos campos adjacentes ao velhinho Estádio de Alvalade – melhor motivador que existia, acreditem!), e exclamava números. O número exclamado seria o jogador que teria a bola invisível. O resto da equipa teria de se movimentar em torno desse jogador, sendo que a equipa contrária teria a maior tarefa: ensaiar os movimentos dados pelos treinador. O apito assinalava a mudança do esférico para outro jogador. Bem, era assim que se treinava, sendo que a restante vertente táctica era-nos ensinada através de jogadas combinadas, rotinas concebidas.

Eu contei-vos o anterior porquê? Parece-me que a nossa equipa precisa de regressar aos primórdios do treino táctico. A equipa, penso que é evidente aos olhos de todos, não possui qualquer intencionalidade táctica. Com “intencionalidade” refiro-me a predisposições tácticas facilmente identificáveis, rotinas que podemos facilmente (não fintas, atenção, mas movimentos sem bola) identificar num dado jogador. Há muito passe sem prévia definição, além de, menos agora, ser chocante a constante alteração do marcador de livres e de cantos. Pior ficamos quando sabemos muito bem que os lances de bola parada, mais agora do que nunca, assumem uma importância vital, podendo ser suficientes para definir o resultado final, seja em que perspectiva for, Sporting ou o adversário. Normalmente, costuma ser o adversário. Desde os lances de bola parada marcados pelo André Cruz que o Sporting não possui real capacidade de criar perigo ao adversário.

E as marcações defensivas são um crime de todo o tamanho. A defesa do Sporting não marca, ponto final parágrafo. A dupla de avançados contrária vagueia sem qualquer problema no centro da nossa defesa, e tal acontece por três razões:

a) os médios de missão predominantemente defensiva parecem não saber o que fazer quando o adversário ultrapassou a zona de meio campo – não sabem quem marcar, para onde ir;

b) os laterais, principalmente João Pereira, costumam estar mal posicionados, dessa forma forçando um dos centrais a sair da sua zona de marcação – um defeito que provoca outro;

c) a capacidade de marcação individual dos nossos centrais, Carriço e Polga, é fraca, se bem que Carriço tem melhorado neste aspecto;

Portanto, e não tendo tempo para mais, prevejo um jogo muito dificil amanhã. Trata-se de um adversário geneticamente complicado, o Sporting não consegue apresentar bom futebol, a época desportiva, a que interessa ao museu, está perdida, e jogamos num terreno que só dificulta ainda mais a missão.

Se o Sporting vencer, como eu desejo, o Marítimo por 4-0, será caso para ansiar por um resto de época diferente, não tão penoso e vergonhoso como até agora, mas jamais uma vitória dessas será um “pontapé na crise”, até porque esta crise está aqui para ficar. Esta crise conclui-se, por enquanto, em dois factos que não podem ser alterados: afastamento da Taça de Portugal e a quase impossível conquista do Campeonato Nacional, ainda para mais quando se tornou evidente a luta entre os dois corruptos do nosso futebol, o Benfica e o Porto. Chegando a este ponto, é ver quem quem mexe melhor os cordelinhos. O Sporting encontra-se sem mãos, ou seja, sem influência.

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, SEMPRE!

ps – como o Paulo Sérgio é um treinador tacticamente inábil, é impossível esperar sinergias num meio-campo composto por Zapater, André Santos, Pedro Mendes e, à frente destes e próximo da linha avançada, Valdés (no caso de um 3-1, Valdés à frente). O Mister não sabe definir bem as missões de jogadores que ocupam zonas posicionais próximas. Esta mistura de jogadores saldar-se-á unicamente em confusão táctica e ineficácia.