Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

28 de janeiro de 2011

Liedson, fica ou acaba o seu ciclo no Sporting?

AK   LIEDSON

José Couceiro, director-desportivo recentemente nomeado pelo recentemente demissionário presidente do clube (aqui se elogia a capacidade de liderar um projecto e de decidir com vista a mais do que o curto prazo, algo que não aconteceu), José Eduardo Bettencourt, confirmou a existência de propostas pelo nosso avançado.

A minha opinião, que seria uma decisão caso tivesse encarregado de tal, é muito simples: adeus, Liedson.

Não pensem que sou ingrato, cego ao contributo desportivo que o Liedson deu ao Sporting nos últimos anos, nomeadamente a sua especial qualidade de marcar golos ao nosso principal rival. Nada disso. No entanto, ao contrário de muitos outros, costumo ter em mente um só nome: Sporting. É o meu clube, é por ele que torço afincadamente, é por ele que opino, é com vista ao seu benefício que baseio as minhas opiniões. Nessa perspectiva, pensando unicamente no clube, não me parece que Liedson, o de hoje, seja jogador para receber 100.000€ mensais.

Os seus míseros 3 golos no campeonato validam a minha opinião. E como o Sporting se encontra muito perto da derrocada financeira e desportiva, mais validade a minha opinião recebe. A palavra-chave em momentos destes deve ser unicamente esta: eficiência. 100.000€ mensais, 18 jornadas, 5 meses de campeonato, 3 golos na presente edição da liga, é um nível de produtividade que não me agrada e que não faz por rentabilizar o dinheiro que o jogador aufere.

Digo-o há muito tempo, e quem me conhece no Fórum SCP, uma plataforma comunicacional pró-Sporting Clube de Portugal que muito me agrada e que muito prezo, sabe-o muito bem. A resposta mais vezes dada diz respeito ao passado goleador do jogador, da forma como, e tal é uma verdade inquestionável, Liedson resolveu inúmeros jogos em nosso favor, incluindo derbies ou jogos cujo desfecho do jogo se encontrava teimosamente bloqueado. “Liedson Resolve”, dizia a famosa tarja. E resolvia, como disse.

“Resolvia”, tempo verbal mais do que adequado à minha explicação, à minha opinião. O Sporting Clube de Portugal não paga salários em prol do passado de um determinado jogador, paga salários, o seu valor, na expectativa do que este jogador virá a fazer no futuro, daí que os muito conhecidos e confusos processos de renovação se prolonguem no tempo; no caso de Liedson, o Sporting aceitou pagar 100.000€ de modo a que o jogador mantivesse o nível exibicional evidenciado durante as ditas épocas. Nessa perspectiva, a única que realmente interessa nesta análise, Liedson não tem conseguido produzir um rácio salário-golos minimamente interessante. 500.000€ em salários e, no campeonato, 3 míseros golos. Se tivermos em conta, e tal é essencial, o estado financeiro do nosso clube, um jogador que aufere 100.000€/mês assume uma importância vital, uma importância tal que a sua produtividade em campo não deve estar dependente do treinador, do seu colega de equipa, do conforto das botas, do apoio dos adeptos, do apoio da mulher ou da amante, do estado do relvado, da falta de imparcialidade do árbitro, etc.; deve simplesmente, como dizia a famosa e então justa tarja, resolver o jogo, ou marcar golos regularmente, pelo menos.

Sobre o jogador em si, devo admitir que, apesar dos inúmeros golos que marcou no passado, Liedson, na minha óptica, não foi, e não é, um jogador carismático, ao estilo de um Acosta, por exemplo. E jamais conseguirei esquecer aquele ridículo e estúpido pontapé na bola, frente ao Guimarães, onde esta foi parar à bancada. O árbitro, mesmo que poluído por ofertas de móveis ou de chocolates, algo que Liedson já deveria saber e que os responsáveis do Sporting também, foi admoestado com o cartão amarelo, falhando o jogo do título, frente ao Benfica. Por mais injusto que o cartão tenha sido, estamos a falar de um clube profissional, um clube que sempre foi atacado pelo corporativismo das arbitragens, a mando de Benfica e Porto, pelo que atitudes desta natureza são de evitar a todo o custo. Sabendo o nome do adversário da semana seguinte, e considerando que o clube em questão também poderia alcançar, e alcançou, o título, mais cuidado era necessário. Não houve cuidado, prudência, e a maldita arbitragem desferiu um golpe terrível na nossa ambição, que seria justa se alcançada, de sermos campeões nacionais, ainda por cima naquele estádio inacabado e feio. E se pensarmos que o Porto também estava envolvido na luta pelo título, mais sórdida e deturpada fica a questão.

Se o Sporting vender Liedson, aceito, e considero inclusive que o Sporting não deve comprar ninguém, salvo um negócio inadiável (tipo de contratações que costumam passar ao lado dos responsáveis do Sporting Clube de Portugal). Começaremos por poupar 100.000€ mensais, deixando em aberta a possibilidade de este capital ser usufruído pela futura administração do Sporting, na próxima época, onde tudo se espera diferente da actual. E não pensem que é só o Liedson o único jogador cuja produtividade é baixa e salário é alto: Postiga, Caneira, Grimi, entre muitos outros, são jogadores a quem a porta de saída deve ser indicada muito rapidamente. Todos os processos de renovação pendentes devem ser adiados, nem que seja por questões éticas.

Sobre os restantes possíveis negócios (Carriço, Patrício, Izmailov, Yannick, etc), eu rejo-me por uma máxima deveras simples: todos são vendáveis/transferíveis, sendo que é o Sporting o responsável, os seus directores, por garantir que o seu interesse, sobretudo financeiro, seja salvaguardado.

E não concluo este post sem antes identificar um vício jornalístico demasiada vezes utilizado quando a notícia em questão envolve o Sporting: além do negócio em si, que pode ser fantasioso e inventado momentos antes de a cópia do jornal ser enviada para a empresa impressora, existem sempre factores dúbios, tais como incumprimentos contratuais, problemas pessoais, etc. Cá para mim, o David Luiz não se transferiu para o Chelsea porque este identificou problemas mentais insanáveis no jogador. É maluco. Nem que seja por conseguir vestir aquela nojice.

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, SEMPRE!