Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

20 de janeiro de 2011

Paulo Sérgio e o tacho

As declarações de Paulo Sérgio demonstram, perfeitamente, a exigência (a falta dela, claro) que domina a gestão do Sporting, infelizmente.

Ao referir, veja-se, que “jamais se demitirá do Sporting”, evocando o facto de o contrato ser entre ele e o Sporting (semântica, somente), Paulo Sérgio, a sua permanência no posto de treinador da nossa equipa, evidencia que se encontra colado ao posto, colado ao salário (esta parece-me a principal razão, até porque dificilmente arranjará posição melhor remunerada do que a actual e em melhor clube do que o actual.

Contratos entre um treinador e um clube, assim, são tretas, unicamente. Um clube possui uma identidade histórica, é certo, mas não possui autonomia, não é um ser orgânico, não tem vida própria. As decisões são tomadas, claro está, pelos responsáveis. E o responsável por esta decisão, a de contratar Paulo Sérgio, é José Eduardo Bettencourt, o presidente que queria ser presidente durante toda a vida, acabando por se demitir depois da derrota frente ao colosso (são todos quando defrontam uma equipa mansa que em momento algum honra o peso e a história da camisola que envergam) Paços de Ferreira. Do ponto de vista jurídico, é verdade que o contrato é assinado entre duas partes, Paulo Sérgio e a Sporting, SAD. Dou a mão à palmatória a esse respeito. É impossível rejeitar essa verdade.

“Os contratos são para se cumprir”, outra das declarações do mister Paulo Sérgio.

Devo dizer que esta frase possui as suas escorregadelas. Os contratos são para se cumprir, aceito, e está em causa a honra da palavra, do compromisso, e nesse aspecto devo admitir que um contrato, meramente analisado através dessa óptica, deve ser cumprido. O problema não é a existência do contrato, essencial, mas as premissas que o consubstanciam. O que deveriam ser as premissas? Objectivos! Quais são os objectivos?

1) Conquista do campeonato Nacional – objectivo matematicamente possível mas praticamente impossível;

2) Conquista da Taça de Portugal – impossível;

3) Boa campanha na Taça UEFA – possível;

4) Conquista da Taça da Liga – possível;

Portanto, e considerando que o ponto 1) e 2) são, para mim, os essenciais, o consulado Paulo Sérgio, ainda em existência, é já um fracasso. O sórdido desta humilde análise nem é a conclusão em si, que é manifestamente má, mas o timing; feita em Janeiro, faltando cerca de meia época para a edição 2010/2011 terminar.

O problema do contrato Paulo Sérgio e a Sporting, SAD é a não existência de mínimos obrigatórios, daí que Paulo Sérgio diga, de forma bastante arrogante e de total despreocupação perante a fraca campanha do Sporting 2010/2011, o que disse. O homem não sente o peso da função que ocupa, não sente o peso da responsabilidade, não sente o peso da exigência contratual. Quando assim é, onde a criação e o alcance de objectivos não é essencial, nós, sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal, somos obsequiados com alarvidades desta natureza.

E, tendo José Eduardo Bettencourt pedido a demissão, é somente natural que todos aqueles que de si dependem fizessem o mesmo. O “polvo” demitiu-se, por que razão continuam cá os seus tentáculos?

Sobre a partida hoje, o Sporting fez, de forma bastante inconsequente, aquilo que lhe competia: derrotar uma equipa de uma divisão inferior. Eu sou exigente, conheço perfeitamente a história do clube que amo, pelo que não me sinto minimamente agradecido pela vitória e pelos números da mesma. A vitória é obrigatória. Foi o que aconteceu.