Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

11 de fevereiro de 2012

Mas qual jogo, Elias?

«Não conseguimos impor o nosso jogo», Elias, jogador do Sporting Clube de Portugal.

Está na hora de iniciar o processo de sanitização do Sporting. Retirar do clube toda a merda que o afoga há mais de dez anos consecutivos. Comecemos no merda-mor, o presidente Godinho Lopes. Que a sanitização que queremos não se cinja a manifestações à la Grécia, sem consequências para os visados. Godinho venceu por uns miseráveis 300 e tal votos, num processo eleitoral tão obscuro quanto o processo eleitoral russo. Godinho é o Putin do Sporting. Fora daqui, mentiroso e servo das outras equipas consideradas grandes. Sendo eu estudante numa universidade fora de Portugal e trabalhador numa instituição também fora de Portugal, reconheço que o manto da hipocrisia pode estar a servir-me, mas, como o fiz em muitas outras ocasiões, estarei sempre disposto a colocar uma pausa, tendo ela de ser breve (não há milagres), se perceber que a minha presença junto dos reabilitadores do Sporting for útil e premente.

Penso que chegou a altura de os Sportinguistas entenderem que o futuro do Sporting joga-se nas próximas semanas. Cada dia que passar com Godinho Lopes na cadeira do poder é um dia mais próximo do fim do Sporting Clube de Portugal que todos amamos, o Sporting cujas grandes decisões nascem nos sócios do Sporting, em Assembleias que nos agregam uns com os outros, locais de puro e fervoroso Sportinguismo. Querem-nos impor um modelo alternativo ao que sempre existiu em Portugal, o do associativismo. Não o fazem não porque acreditam ser a melhor solução para o clube, mas antes porque a incompetência de todos os da sua linha faliu financeiramente o clube. A falência identitária, garantidamente um aspecto mais vital que o financeiro, torna-se cada vez mais possível. Querem-nos impor, através de auditorias maradas, um modelo que vai contra a génese do Sporting Clube de Portugal, pondo-nos a todos entre a espada e a parede, escravizando a autonomia de decisão do sócio, forçando este último a vender a sua presença no clube a um estrangeiro milionário (se for). Um clube como o Sporting, de tão querido sentimento, definitivamente mais especial que qualquer outro em Portugal, aquela querida emoção que nos faz, especialmente quando a tristeza nos bate à porta, sentir cada vez mais orgulho em Ser Sporting, não pode ser controlado por um gajo que, dizem as probabilidades, nem Sportinguista é. O meu pai deu-me a conhecer um Sporting que logo mereceu o meu apoio. Logo me apaixonei pelo Sporting. Agora, passados 23 anos, está em causa o clube que eu adoro. O clube que eu amo. Que o meu pai ama. Que o meu avô e avó amam. Que muitos milhões de Sportinguistas amam.

O Elias, sendo entrevistado após a derrota, afirmou que o Sporting não conseguiu impor o seu jogo. Não entendo, juro pela minha alma. Mas que jogo é que Elias se refere? Ao jogo que o Sporting apresentou há meses, que resultava e permitia a obtenção de vitórias? Esse jogo? O Sporting não joga um caralho. Não vale a pena procurar sinónimos simpáticos para caracterizar aquela merda que a equipa do Sporting tenta fazer em campo. Passes de merda, quase sempre para trás, interrompidos pelo comum remate de um defesa-central lá para a frente. Jogadores do meio campo posicionalmente encavalitados um nos outros, sem aparentes missões individuais. Frente ao Marítimo, por exemplo, Ricky, avançado que nesta equipa joga sozinho no sector mais atacante da equipa, cruzou duas ou três vezes a bola para a área. Mas para quem, caralho? Cabe na cabeça de alguém (ou melhor, no quadro táctico de um treinador que se diz competente) ser o avançado, ainda por cima o único da equipa, a cruzar a bola? Mas o que é isto, afinal? O que andam estes gajos a fazer durante a semana? A mamar do bom e a brincar com uma coisa redonda, só pode!

A situação financeira, péssima mas no entanto sem culpados (a auditoria, deficiente desde nascença, confirmou o que os Sportinguistas mais interessados já sabiam sobre o clube, mas, ao contrário das auditorias sérias, não apontou dedos nem classificou a gestão praticada até ao dia final da auditoria, vergonhosamente ilibando os criadores da dívida – José Roquete, Dias da Cunha, Soares Franco, Bettencourt e Godinho Lopes), só poderia ser aliviada mediante a classificação do Sporting para a Liga dos Campeões, competição que, caso o SCP ultrapasse a fase de pré-qualificação, surtiria muitos e precisos milhões de euros ao clube, não esquecendo o prestígio que vem com o facto de os competidores serem considerados os melhores clubes de futebol europeus. Faltando ainda alguns meses para o campeonato terminar, o Sporting Clube de Portugal, que no seu plantel tem jogadores capazes de colocar o clube numa posição mais condizente com a sua obrigação histórica (a lista de internacionais é imensa), encontra-se praticamente afastado do terceiro lugar, ocupado pelo modesto Braga, portanto afastado da pré-qualificação da Liga dos Campeões.

Há pouco tempo escrevi que apoio o actual treinador do clube. Não apenas manifestei o meu apoio ao Domingos, como opinei que seria inteligente renovar-lhe o contrato, estabilizando tanto o Domingos como a função em si, que no Sporting tem sido trocada de rosto quase ano após ano, numa espiral de despedimentos que parece não ter fim – infelizmente, esta espiral destrutiva pode vir a conhecer mais um episódio nos próximos meses. Agora, contudo, não sei muito bem o que pensar sobre o Domingos. Continuo, apesar dos recentes resultados, a achar o Domingos competente o suficiente para caminhar o necessário trilho até ao primeiro lugar (não na presente época, infelizmente), mas admito não perceber a lógica, se é que ela habita presentemente na cabeça do nosso treinador, que guia as decisões de Domingos. Antes do jogo frente ao Marítimo começar, dei conta que o Pereirinha iria jogar no onze inicial. A minha reacção, juntamente com o meu querido pai ao meu lado, foi de surpresa e também de insatisfação, muita. Pereirinha é dos jogadores que menos aprecio. A sua postura de indiferença, aliada à sua qualidade medíocre, fodem-me o juízo. Jogar com o Pererinha no onze inicial é começar a partida com menos um jogador. As decisões estranhas de Domingos não se ficaram por esta de colocar o Pereirinha, mas não me apetece escrever muito mais sobre elas, ficando-me somente, pelo menos por agora, por esta pergunta:

- Domingos, andas com a cabeça aonde? Não aguentas a pressão, demite-te!

Parece ter chegado a hora (uns garantiram que ela era certa) de pedirmos ajuda ao católico Guy Fawkes e ao herói de banda desenhada que o tornou célebre, desta vez purgando não um sistema político dos seus elementos nefastos, mas o mais galardoado clube desportivo de Portugal, hoje posto em perigo por uma linha administrativa que se impôs desde o ano 1996: