Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

10 de janeiro de 2012

Sobre sócios que têm a atenção da imprensa

Votei em Bruno Carvalho, votei na sua candidatura, votei em favor das ideias que ele defendia para o Sporting Clube de Portugal, então de rastos devido à absurda era de Bettencourt, presidente que mereceu uns estonteantes e esclarecedores 90% quando foi a eleições, era cujas maldades financeiras e desportivas connosco ficarão durante anos e anos. Nem é preciso procurar muito, pois este blogue, que vale o que vale perante uma realidade que é representada e debatida por centenas de outros, serviu de plataforma de apoio, entre muitas outras, à candidatura de Bruno Carvalho. Outros blogues, no seu inteiro direito, apoiaram outros candidatos.

Bruno Carvalho é um sócio como muitos outros, famosos ou não, candidatos à presidência ou não, mal derrotados nas urnas ou não, honestos ou não. Pessoalmente, o interesse supremo de manter o clube unido é-me muito querido, apesar de Godinho Lopes não servir, entendo eu, para a realização do que o Sporting precisa: um presidente comunicacionalmente forte, de passado imaculado, capaz de, mobilizando um clube que tem atrás de si milhões de adeptos fervorosos, entrar pelas “casas” dos corruptos e desposa-los das suas influências nefastas. Neste importante aspecto, Godinho Lopes não é nada de jeito, diga-se, até porque no passado fim de semana, recebendo o nosso clube o Porto, não teve grande problema em permitir que Pinto da Costa se sentasse ao seu lado, um homem que tem um historial gordinho de actos, alguns ainda em pleno funcionamento, contra o Sporting.

Essa característica negativa, a de não conseguir levar a guerra ao inimigo azul e vermelho, não é exclusiva de Godinho Lopes. Godinho Lopes, a esse respeito, é similar aos da famigerada Linha Roquete, todos contentes – e parvos e sempre ludibriados – amigos de Pinto da Costa, isto enquanto o último nos surripiava jogadores em negócios obscuros, corrompia árbitros e ofendia lendas, como o Paulinho, do clube, tudo num nível que é pior do que o abjecto.

Regressando a Bruno Carvalho, agora de novo em foco porque decidiu comentar a realidade do Sporting e sugerir que o clube “estaria melhor sem Godinho Lopes”, a minha opinião é também ela muito fácil de assimilar e entender: sendo portanto eu a favor da união entre a família leonina, ainda por cima numa conjuntura que trabalha assiduamente, agora mais do que nunca, para ferir um Sporting que se demonstra forte, não aprecio quem, usufruindo da sua fama, decide vir a público e, utilizando meios de comunicação que semanalmente atacam o clube e auxiliam rivais, criticar o actual elenco do Sporting, afastando o foco noticioso do que interessa conhecer: as máfias de futebol, os interesses dos clubes, etc.

Perguntam-me: a tal união que tu defendes é o quê, mesmo? Ausência de crítica? Seguir cegamente o presidente em funções? Não. Não é nada disso. Um Sportinguista pode e deve meditar sobre o estado actual do seu clube. Deve pensar o seu clube, entender que a evolução e melhoria do SCP só nasce através do debate de ideias e, importante, soluções. Não sou grande adepto de posturas somente críticas, de dizer não àquilo, que aquilo não presta, que o outro é incompetente, que aquele jogador é fraco, etc. Não gosto. Considero-o mesquinho. No entanto, o debate de ideias deve ser feito em local próprio, ora em locais ou plataformas de informação exclusivamente Sportinguistas, e não em jornais que, como disse acima, adoram problemas existentes dentro da família Sportinguista.

Na intervenção que Bruno Carvalho faz perante a imprensa, a razão do argumento até está do seu lado, embora eu condene o local onde o fez. Ao ler, no jornal Expresso, que Godinho afirmou que o Sporting só existe no presente porque ele foi eleito, e que portanto ele é o salvador do clube, sinto-me lesado, sinto-me ignorado, obviamente, até porque o projecto de Godinho, ainda em estado muito prematuro, só vai a lado algum se o sócio e o adepto se prestarem a apoiar, comprando produtos e bilhetes e pagando as quotas de sócio. Se a maioria não acreditar no projecto, nada feito.

Não gosto de egocentrismos. Detesto-os, mais ainda num clube como este. O Sporting Clube de Portugal, ao contrário de outros, é um clube desportivo prestigiado desde o momento da sua fundação, em 1906, num Portugal cujo sistema político é diferente do actual. O Sporting Clube de Portugal, cuja data de fundação é real, precede a República Portuguesa, instaurada em 1910. Não deve metade do seu museu, obra que em Portugal não tem equivalente, a uma figura presidencial, a um jogador, ou até a contactos imorais e ilegais com quem tem poder para influenciar. O Sporting Clube de Portugal é grande, no sentido mais genuíno do termo. O Sporting Clube de Portugal, tão importante que é, trabalha não só para o prestígio de si próprio, vencendo anualmente centenas de diferentes troféus, como está profundamente ligado às principais conquistas desportivas do país onde está sediado. Não é o Sporting que tem de agradecer ao país, é o país que tem de agradecer ao Sporting Clube de Portugal.

Dito isto, não gosto de ver ex-candidatos a procurarem fama numa imprensa que nos detesta, que adora ver o Sporting afastado dos títulos e em clima de guerra civil, ao mesmo tempo empurrando outros para conquistas que, sem truques ou esquemas, seriam nossas. O Sportinguista, principalmente o Sportinguista que usufrui de uma fama que facilita o seu contacto com as massas leoninas, não pode permitir-se a servir de arma de arremesso contra o clube e determinadas pessoas, mesmo que a razão lhe pertença. Fá-lo-á, sim, em local próprio, ou seja, nas Assembleias Gerais, ou então no Jornal do Sporting, mas deve sempre oferecer alternativas. Não pode somente criticar. Isso é fácil. Além de ser fácil, o clube não beneficia.

Não é apenas válido para o Bruno Carvalho. É igualmente válido para qualquer outro sócio considerado famoso. Exemplo: durante a infame e temporalmente patética campanha do jornal Público contra o Sporting, que a UEFA, outro antro de corruptos, agora deu “razão”, um “ilustre” Sportinguista, Vicente Moura, comentou a mesma e deu razão ao jornal. Não concebo que um sócio do Sporting vá em truques como os do Público e critique o seu clube. Expulsão de sócio, fácil. Se o Vicente Moura (ou Joaquim, ou o Esteves, ou o Alexandre das Frutas) detectar algo que não lhe agrade no Sporting, contacta o clube e argumenta em favor da sua opinião, e não se vai encostar, dando ideia de ser superior moralmente, a quem nos odeia.

O Sporting Clube de Portugal é uma democracia…para os Sportinguistas, não para os lampiões e tripeiros que ganham a vida à frente de um teclado a escrever contra o Sporting. Só o adepto/sócio do Sporting tem o direito de criticar Godinho Lopes – os outros que o criticam não o fazem porque o Sporting sai beneficiado, mas porque sai prejudicado, ainda por cima publicamente. Aos outros, um conselho: metam o vosso nariz na vida do vosso clube. Aos tripeiros, preocupem-se com o vosso presidente adulador de prostituas. Aos lampiões, preocupem-se com a monarquia Vierina. Eu compreendo: ninguém quer ver o Sporting vivo. Eu sei.

Quem não gosta de Bruno Carvalho expõe-no como oportunista. Quem não gosta de Godinho Lopes chama-o mentiroso. Eu cá gosto de um, não gosto muito do outro, mas não gostei de ambas as intervenções.

SPORTING CP AOS SPORTINGUISTAS!

ps – a UEFA veio negar ter aprovado as imagens que chocam bastante a sensibilidade de alguns. Eu pergunto: mas a UEFA é exemplo do quê, mesmo? Honestidade? Nunca! Quero que se lixem! Era só o que faltava eu ter em conta o que essa organização autoritária e corrupta tem a dizer sobre o Sporting. Que se preocupe mais em evitar mais Calciocaos (a versão portuguesa continua em funções), menos resultados combinados, e garantir que os clubes do regime, como o Barcelona, chegam à final merecendo-o, não roubando todos os os clubes que se lhe atravessam no caminho.