Pois, foram isso mesmo, obras que visaram tornar um pouco melhor aquele estádio esteticamente abjecto. Houve, da parte dos muitos Sportinguistas, incluindo muitas centenas que pagaram bilhete que valida uma partida de 90 minutos mas que só puderam ver 50 minutos, uma preocupação de vertente estética.
Mas falhámos. Para tornar aquilo menos feio, só mesmo uma nova obra, o que implicaria eliminar a que hoje subsiste, seria capaz de não considerar aquilo como um estádio feio.
Como ontem escrevi sobre como são realizadas as entradas de adeptos do Sporting naquele estádio, todo ele um ritual que seria mais apropriado a um programa de horário nobre do National Geographic, o que é realmente importante continua despercebido e sem atenção por parte da imprensa, toda ela focada em imagens de cadeiras destruídas, etc.
Ficaremos, Sportinguistas habituados a um tratamento péssimo sempre que o Sporting se desloca ao estádio da Luz, à espera que o manto da inutilidade caia dos ombros da comunicação social, que em Portugal é hoje mais inútil do que nunca, e que factos merecedores de registo e de comunicação sejam escritos e noticiados: a forma como entramos no estádio; o dispositivo de controlo de entradas desproporcionalmente indigno de stewards, quatro ou cinco para vários milhares de adeptos leoninos; a falta de água; a agressão por parte de polícias a mulheres Sportinguistas, etc.
Ir ao Estádio da Luz, além de por si ser uma experiência mentalmente perigosa, é uma aventura que em breve, tenho a certeza, será transformada em documentário.