Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

14 de novembro de 2011

Esta política de bilheteira tem contornos de máfia italiana

Só após 4 telefonemas e 10 sms é que consegui contactar quem me conseguisse arranjar um bilhete para o derby de Portugal – mesmo assim, estou curto em um ingresso, e se não arranjar esse não irei marcar presença no jogo, porque me parece infeliz prometer a um outro amigo uma ida àquele estádio e não o cumprir -, a realizar no dia 26 de Novembro, naquele estádio feio e, após vários anos desde a sua inauguração, ainda incompleto, cujos ares fedorentos são apenas ligeiramente atenuados quando o Sportinguista lá se desloca. Todos os meus outros contactos, a quem agradeci a pronta resposta, tinham já despachado os bilhetes que tinham em sua posse para os interessados, felizmente muitos. Como saberão, estudo em Inglaterra, na cidade de Londres, pelo que vir a Portugal especificamente para comprar um bilhete é virtualmente impossível.

Vagueando pela internet a procurar as reacções dos muitos Sportinguistas ao facto de os mais de 3400 bilhetes para esse jogo contra o Benfica terem já esgotado, em supersónicas 3 horas, situação que tinha já sido prevista pelo mais comum dos adeptos leoninos, dou conta da insatisfação de grande parte de Sportinguistas que, em situação idêntica à minha, privados de maior contacto com o clube por culpa da imensa distância que os separa da cidade onde está sediado o maior de Portugal, o Sporting, Lisboa, não conseguiram comprar o tão desejado ingresso para o jogo.

A rápida comercialização dos bilhetes, apenas por si, agrada-me bastante: é bom ver que o Sportinguista está interessado em apoiar o seu clube num jogo que o oporá a uma parte do bastião da corrupção desportiva portuguesa, o asqueroso Benfica, cuja maior figura, que ao mesmo tempo desempenha funções supra-clube na equipa de todos os portugueses, a Selecção Nacional, continua a ofender o clube que mais contribui para o engrandecimento qualitativo de todas as camadas jovens do futebol que veste a camisola Portugal. A esse tipo, um badameco que tem como retrete a boca, o Sportinguista não deve atribuir demasiada atenção, porque atenção precisa ele todos os dias, não vá o clube dele conceder-lhe o mesmo destino que um outro que terminou a sua vida, após anos e anos a servir gloriosamente o seu clube, na cama, abandonado, a contar os dias até o último respirar.

Novamente sobre os bilhetes, pude ler que os ingressos destinados a “detentores de GB e acompanhantes”, como está escrito na notícia de um jornal desportivo português, esgotaram em poucas horas, 3 e alguns minutinhos. O meu problema é o seguinte: “acompanhantes”. Posso supor que o “acompanhante” não é nem sócio do Sporting, nem detentor de Gamebox, mas apenas um adepto, um simpatizante, ou então um tipo que coloca o seu anti-benfiquismo bem à frente do seu Sportinguismo? Sim, posso? Então, aqui reside a minha indignação relativamente a esta política defeituosa praticada pelo Sporting, que na pessoa do seu presidente pretende, e muito bem, engrandecer de forma significativa o número de sócios do Sporting Clube de Portugal. Bem, é simples concluir que não é negligenciado a prioridade que se lhes deve que o número de associados vai crescer, isso posso eu garantir. Num Sporting virado para o associativismo, o sócio deve ser elevado a estatuto principesco, ficando o rei e a rainha para as glórias que ajudaram a tornar o Sporting no clube de dimensão inigualável que é hoje.

Um outro assunto da mesma esfera que este merece também algumas palavras da minha parte. A claque Directivo, informa no site da mesma, disponibiliza os bilhetes para o jogo em questão mediante dois critérios: associado da claque e não-associado. O associado da claque pagará 25 euros, enquanto que o não-associado pagará 35 euros. Estes dois valores provocam-me algumas comichões opinativas. A diferença entre um critério e outro é de 10 euros, um aumento de 40%. Portanto, a claque, servindo-se do sentimento de amor ao clube que alguns sentem, capitaliza 40%, numa conjuntura que se verá agravada por causa do aumento do IVA no próximo ano, sobre esse mesmo sentimento. Mas outras situações menos nítidas merecem reflexão: se o objectivo é diferenciar um estatuto do outro, então por que não pedir ao Sporting que absorva antes parte do custo original, em vez de a claque o encaminhar, com uns escandalosos 40% de aumento, para o adepto? Mas eu não termino aqui: este comportamento nada Sportinguista da claque Directivo, que eu creio ir ser idêntico ao das outras duas claques do nosso clube, expõe a deficiência que é a política original, a que permite que um acompanhante compre um bilhete. Não só o detentor da GB Sócio não consegue comprar bilhete, como se vê ultrapassado por um adepto que não faz pelo clube o que o associado faz, nomeadamente pagar quotas e comprar bilhetes de época anuais. Eu sou ferrenho adepto da economia de mercado, e nesta situação existe uma relação entre a oferta e a procura, com clara insuficiência na parte da oferta, mas uma diferença básica deve ser exposta: o Sporting Clube de Portugal não é um electrodoméstico, não é um bem que suprime uma necessidade que surgiu entretanto, no momento, não durável no tempo; é um sentimento e vive das emoções, bastantes, que desperta no movimento de milhões que o apoia semanalmente, no movimento que diariamente o pretende ver vencer e ser respeitado.

Sócios do Sporting sempre em primeiro lugar. Não é a negligenciar o associado, ainda por cima trocando os seus direitos, inteiramente merecidos e com custos associados, por interesses de grupos, ainda por cima estes lucrando, que o Sporting irá aumentar o número de associados para um número mais condizente com a dimensão do clube. O Sporting informou no seu site que requisitou ao clube visitado mais bilhetes, embora não tendo ainda recebido qualquer resposta. Ao contrário da maioria, eu creio que o clube visitado vai aceder ao pedido de mais bilhetes, mas não ao número que o Sporting pediu, cerca de 5000, mas antes 500, talvez um pouco mais. Quando esses bilhetes chegarem a Alvalade e forem postos à venda, que sejam atribuídos a sócios do Sporting, sem amigos ou “acompanhantes”, mas através da apresentação do cartão de associado.

ps – os números da vitória da nossa equipa de andebol sobre o Benfica foram anormais, pois foram. A diferença justa seria sempre acima dos dois dígitos. Ganhando como ganhámos apenas por 9 golos, fiquei um bocadito chateado. Senti-me como aquele mano que pensa que vai comer lagosta e acaba por comer douradinhos.

ps2 – a cuspidela de vinho mascarada de diálogo do Eusébio relativamente ao Alan dever ficar ofendido se lhe chamassem branco deveria provocar em mim, que sou caucasiano, pelo menos de Outubro a Junho, indignação, ou a mesma está circunscrita a quando o emissor é branco e o receptor é preto?