Sou optimista por natureza. Acredito sempre numa boa época, melhor que a anterior, tenha ela sido como for, e faço questão de saber, de ter imperativamente em conta, que nem sempre as premissas existentes, como jogadores, orçamento, treinador ou directores, assim o fazem crer. É uma forma irracional de ir contra a corrente do pensamento que predomina, mas o futebol é isso mesmo: emoção constante, descontrolo do homem-racional perante o homem-emocional, vencendo o último. O coração assim funciona: não o dominamos, não o controlamos, apenas sentimos o que ele nos faz sentir. É fácil, embora estranho e, muitas vezes, doloroso. Pronto, dou por terminado o meu momento à Jill Mansell (namorei uma rapariga que adorava as obras desta escritora britânica; a sério, não li nada dela…por enquanto).
Se porventura, e já aconteceu por diversas vezes, a minha racionalidade, o meu lado robótico, o de analista financeiro, me informar que são poucas as oportunidades de uma boa época, nunca o digo, pelo menos de forma depreciativa para o clube. Jamais alguém, muito menos lampião (e tenho muitos amigos nesta condição, começando pelo melhor amigo, um benfiquista ferrenho), ouvirá a minha pessoa augurar uma má época para o Sporting. Sinto que adoptar essa postura, que eu admito poder ser lógica, é dar alguns pontos de vantagem, metafóricos, aos nossos adversários: uns acreditam neles mesmos, pensam da mesma forma que eu, outros assim não o fazem; necessitam de constatar a fraqueza dos outros.
Estritamente sobre o título deste post, professo que não me agrada muito a possibilidade de Luís Aguiar, ex-jogador do Braga, ser contratado pelo Sporting, assim como Maríano González, ex-jogador do Futebol Clube das Casas do Alterne. No entanto, admitindo o que admiti agora, utilizo a seguinte linha de raciocínio:
Domingos é um treinador inteligente e competente » decide criteriosa e inteligentemente » sabe o que o Sporting precisa para poder lutar realmente pelo título » aponta Luís Aguiar e Maríano Gonzalez como possíveis soluções » são boas contratações.
Pode parecer a muitos uma forma demasiado elementar de pensar, indo até em total sentido contrário ao latente crescimento da vertente técnica do futebol, onde tudo parece controlado, mas é uma metodologia inteligente. Penso que todos fomos confrontados com ela na disciplina de Filosofia : se A vence B e este é vencido por C, C é mais forte que A (a realidade seria o seguinte: A tanto pode ser o Benfica ou o Porto, sendo o mesmo válido para B, e apenas C tem nome: Sporting). Domingos é, na minha opinião de Sportinguista, o primeiro aspecto que me garante alguma tranquilidade e muita confiança para a época que se vai iniciar.
Todos pensamos de forma diferente, uns de forma mais similar a outros, outros de forma totalmente diferente, mas o nosso objectivo, o do verdadeiro Sportinguista, por mais opaco que este termo se possa ter tornado nos últimos tempos, por culpa de mutantes que se julgam Sportinguistas, é apenas um: ver o Sporting, o nosso adorado clube, vencer todas as competições, principalmente o Campeonato Nacional. O nosso dever, tal e qual o objectivo, é também um: apoiar o clube. Isto não significa ausentar obrigatoriamente a vertente crítica, mas que esta seja exercida de forma clara e, o que aparente rarear com o evoluir dos dias, meses, dos anos, justa. Existe muita boa gente cuja boca parece uma sanita: só fezes.
ps – nenhum Sportinguista – inteligente - pode prever seja o que for sem primeiro ver como joga a equipa comandada pelo nosso novo e competente treinador, Domingos Paciência. Não seria a primeira vez que o Sporting ganha um campeonato sem ter a melhor equipa do mesmo. Lembram-se de 99/00? Era uma equipa motivada, principalmente, cuja força de milhões de Sportinguistas era o seu combustível.
