Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

19 de abril de 2011

Maturidade e inteligência, e algumas considerações sobre o sistema eleitoral e a necessidade de o renovar

"Decidimos prescindir da via judicial porque, com toda a probabilidade, tendo em conta os prazos habituais, o efeito prático de qualquer decisão não ocorreria em tempo útil e de forma adequada aos interesses do clube"

"Discordamos da decisão, mas aceitamo-la. Poderíamos, é certo, dela recorrer, mas no entanto decidimos não seguir esse caminho tendo exclusivamente em conta os interesses do Sporting"

"A nossa próxima iniciativa será de, a curto prazo, propormos uma alteração dos estatutos e designadamente o aumento da atividade dos sócios na vida do clube, bem como uma proposta de regulamento eleitoral que permita o futuro funcionamento exemplar das assembleias eleitorais".

Bruno Carvalho.

A renovação do sistema eleitoral, no que concerne ao número de votos correspondente a cada sócio e no que diz respeito ao local de voto, é de importância nuclear ao desenvolvimento do Sportinguismo, que hoje se encontra profundamente deturpado, ao desenvolvimento dos funcionalismos eleitorais, que hoje se encontram profundamente ilógicos e em contracorrente à necessidade premente de desenvolver a base associativa do Sporting Clube de Portugal, oferecendo ao clube mais base de apoio, porque é sempre mais atraente ser-se sócio de um clube que ouve a respeita a nossa voz e opinião, e democracia, porque a discrepância actual, baseada em pressupostos inicialmente correctos (premiar a lealdade), é altamente lesiva, e porque se encontra viciada, não por comportamentos nefastos, que eu considero existirem em determinados “sócios”, mas por uma questão de mera sobrevivência e renovação do tecido associativo, digamos assim.

Ou seja, precisamente o que eu defendo há algum tempo. A linha temporal há muito que ultrapassou aquilo que era desejável, permitindo que a actual direcção colocasse em prática algumas das suas ideias, o que pode ser bom ou mau, dependendo daquilo que cada um dos Sportinguistas pretende para o clube.

O acto eleitoral não foi limpo, não vale a pena branquearmos o inaceitável. Em termos de justeza eleitoral, vale a pena recordar que o candidato Bruno Carvalho mereceu a confiança de mais 1500 sócios que Godinho Lopes, que venceu as eleições. 1500 sócios não são um qualquer número, muito pelo contrário. E conhecendo nós, infelizmente para o valor e dimensão da massa associativa leonina e para o valor do clube enquanto instituição desportiva globalmente apoiada, o afastamento que se tem verificado nos últimos anos, não me parece sensato ou justificável permitir que os vindouros actos eleitorais decorram num sentido sequer minimamente parecido com o último.

Se as previsões de alguns de nós, apoiantes do candidato Bruno Carvalho, se confirmarem, o mesmo será o próximo presidente do clube – porque Godinho Lopes será um presidente tal e qual a linha que ele representa, mau e sem resultados desportivos ou financeiros. Em termos meramente meritocráticos, um aspecto que deveria estar omnipresente não só no clube como na sociedade, no mundo, Bruno Carvalho seria o actual presidente, mas sabemos, fruto de experiências pessoais ou até da concepção que cada um de nós tem do estado actual do mundo, que não é assim, para pena de quem quer um Sporting imensamente melhor do que o actual, que é uma ofensa indesculpável à história e aos objectivos que o fundador propôs.

Algumas ideias:

1) 1 sócio, 1 voto: beneficiando a senioridade com descontos em lugares de época e produtos da Loja Verde;

2) Reduzir a discrepância entre número de votos, pura e simplesmente;

Duas ideias básicas que poderão beneficiar de inúmeras outras pequenas, mas extremamente importantes, alterações, até porque ideias não faltam. Todos queremos um Sporting mais democrático, representativo e aberto às novas gerações. Não o estaremos a fazer se a senioridade leonina, que nos merece a mais óbvia simpatia, continuar a monopolizar o poder de voto.

Se de facto pretendemos (porque eu acredito que o status quo beneficia muita gente, vergonhosamente) um Sporting moderno e jovem, capaz de motivar e agregar os jovens que hoje apenas se rotulam como meros adeptos do clube, é vital renovar os mecanismos que gerem o associativismo leonino, dando mais voz aos jovens, introduzindo o seu pensamento e opinião na vida diária do clube, e recompensando os mais seniores, dando de facto mérito por estes, apesar de tudo, não se terem afastado do clube.

Podemos inclusive estabelecer um paralelo que me parece inteiramente justificado. A pirâmide etária dos associados leoninos é similar à da sociedade portuguesa, na qual a presença de jovens é cada vez menor e a presença de idosos, passe a expressão, é cada vez superior. Ou seja, é conhecida a problemática que esta evidência provoca. Na sociedade, são cada vez menos os contribuintes (jovens) e cada vez mais os beneficiários (idosos), originando um claro problema de sustentabilidade. No Sporting, são cada vez menos os jovens, não existindo até qualquer aspecto aliciante que os faça alistarem-se no clube, e cada vez mais os seniores, concluindo-se tudo num processo democrático ditatorial, um óbvio paradoxo, antiquado e insustentável.

A iniciativa estatutária que eu muito desejo deve partir, parece-me honesto, da direcção incumbente, devendo caber aos sócios o seu debate e aprofundamento. No fundo, é impensável permitir que tudo continue na mesma. O acto de votar deve ser permitido em qualquer região do país, e nós Sportinguistas, até mais do que o Benfica (mencionar o Porto seria incrivelmente lúdico), temos as necessárias infra-estruturas para o fazer: as centenas de núcleos espalhados por Portugal. E não devemos negligenciar a presença portuguesa no estrangeiro, assim como os núcleos, principalmente nos EUA, existentes. Somos, começando por mim, embora visita Portugal regularmente, vários milhões fora de Portugal, e apenas me parece lógico deduzir que uma percentagem significativa apoie o Sporting Clube de Portugal.

Dois objectivos essenciais:

1) Alteração do número de votos por sócio;

e

2) Alargar a possibilidade de exercer o direito de voto;

Sporting Clube de Portugal, Sempre!