Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

23 de abril de 2011

Futebol Nacional–Taça da Liga

Esta é a terceira final do Benfica, consecutiva, e todas elas ganhas por eles. Importa referir, contudo, que o caminho deste clube na competição aqui mencionada é particularmente especial, talvez até única e característica ao comportamento do dito clube.

Ora bem, a primeira final que o clube alcança, e que acabou por vencer, espelha muito bem o clube em questão, o futebol português e a forma como se conquistam títulos e campeonatos nacionais. Num jogo dominado inteiramente pelo Sporting Clube de Portugal, o árbitro da partida, qual benfiquista ressabiado pelo estado da partida de então, decide envolver-se no jogo, mas não se limitando às funções para que estava incumbido, mas decidindo, à boa maneira do futebol português, acumular funções: árbitro e, dando azo ao poder que o pequeno instrumento de sopro lhe confere, que parece assumir em Portugal proporções cataclísmicas e divinais, jogador, embora desempenhe a última de forma disfarçada porque os regulamentos só permitem 11 jogadores de uma determinada equipa contra 11 jogadores da equipa adversária.

Lucílio Baptista, o nome do multifunções humano da final 2008/2009, disputado no rudimentar estádio do Algarve, com as suas bancadas pré-concebidas e as suas casas de banho que nos fazem recuar aos anos 60, encarrega-se de justificar por inteiro o investimento avultado que o Benfica realizou, e até ao momento do jogo sem qualquer retorno, quer desportivo quer financeiro, assinalando uma grande penalidade fantasma, uma grande penalidade que os Sportinguistas tão bem conhecem, e que há muito, dentro do seu género inventivo, vem a decidir jogos de considerável importância: inventada, talvez até pedida por sms.

O Benfica lá acabou por empatar a partida, culminando o jogo vencendo nas grandes penalidades, aspecto do desporto que raramente faz sorrir a família Sportinguista. Ou seja, no fundo, a sorte, essa borbulha infectada que tantas vezes marca presença neste emocionante, mas muitas vezes aldrabado, desporto, nunca quer nada connosco, nunca quer nada com quem se apresenta no desporto humildemente, sem telefonemas prévios, ofertas de chocolates, móveis, cheques-brinde, etc.

A final do ano seguinte, para não variar, acaba por providenciar a ambas as massas associativas – a do Sporting, resolutamente ávida por sucesso; e a do Benfica, ansiosamente à espera do expectável golpe de misericórdia dado pelo árbitro da partida, porque vencer honestamente é algo que debandou há muito aquele clube – outro clássico, o clássico de Portugal, o clássico do Povo. No entanto, este tão desejado, e pré-definido na sua conclusão, encontro não se deu na final da competição em questão, a Taça da Liga, mas numa meia-final, disputada no Estádio José de Alvalade, obra concluída a tempo, ao contrário de um estádio situado perto do Centro Comercial Colombo. A partida era ainda virgem, com os jogadores a assimilarem as ordens dadas há pouco tempo pelo treinador dos mesmos, quando o árbitro, essa tão embriagada figura do nosso futebol, decide, outra vez, assumir o papel principal do jogo. Curiosamente, não o faz através de uma grande penalidade só vislumbrável a um corrupto mascarado de árbitro, mas através de uma expulsão…de um jogador do Sporting, claro, porque o contrário seria nada menos do que um excerto qualquer de uma obra de ficção científica.

O Sporting acaba de novo penalizado pela máfia benfiquista, e este clube poluído, agora defrontando outra instituição de comportamento nojento na final, o Porto, acaba por vencer a sua segunda Taça da Liga, uma competição que, além da proximidade comercial com bebidas alcoólicas, mantém também uma relação muito próxima com desonestidade, ilegalidade e corrupção, tal são as ocasiões em que os homens do apito se esforçam por afastar uns e apurar outros. Normalmente, a inclinação é sempre Sporting e Benfica, respectivamente. Não só na Taça da Liga, sabemo-lo terrivelmente bem, como em todas as outras competições oficiais e não-oficiais, de futebol ou de outro desporto, em Portugal. Lembrar apenas uma eliminatória famigerada da Taça de Portugal, em plena época 2004/2005, disputada no Estádio da Luz (futuramente conhecido como Estádio APAF), onde os 2 primeiros golos do Benfica advêm de faltas mal assinaladas. Ah, claro, e não esquecer a “inteligente” expulsão do jogador Hugo Viana, quando, na verdade das leis do futebol, quem deveria ter sido expulso era o João Pereira, jogador que nessa partida deixou bem vincada a asquerosidade da sua personalidade. Vale pela garra, felizmente, até porque somos um clube desportivo, não uma delegação da AMI.

Em relação à final correspondente a esta época, outra vez com o Benfica na final, bem, o que dizer da mesma, a não ser reconhecer que, pela terceira vez consecutiva, o Benfica vence uma final injustamente. O Paços de Ferreira, clube que tantas dificuldades coloca ao nosso Sporting, assumiu a rédea do jogo e, fruto das movimentações deveras dinâmicas da sua equipa, soube criar situações de golo mais do que suficientes para levar de vencida o clube da máfia, parte dela, porque a outra parte está nas mãos da escumalha azul, e conquistar o troféu que tão teimosamente permanece em mãos tão sujas.

Os adeptos do Paços de Ferreira sabem o que é bom, sabem o que é original, daí que tenham entoado com orgulho uma música nossa, do Sporting, que termina em “…é o nosso grande amor.” Vá lá que, não estando presentes desportivamente na final, o que é de lamentar dada outra eliminação às mãos do Benfica e da escória da arbitragem, que no dito jogo fez questão de marcar “presença”, outra vez, estivemo-lo espiritualmente, apesar de tão estranho que tal vos possa parecer. Espiritualmente? Penso que sim, e acho que concordarão comigo. Nem que seja pelo simples facto de apoiarmos, na final, o Paços de Ferreira.

Honra seja feita ao Paços de Ferreira, que soube dignificar os clubes de reduzida dimensão. Aliás, as honras a atribuir ao Paços não são meramente desportivas, elogiando a qualidade do seu plantel e a forma como estes desempenham a profissão, mas também administrativas, dado que o Paços é um clube criteriosamente gerido, um aspecto que parece escassear no futebol português, principalmente, e europeu, onde défices e dívidas são cada vez mais uma constante e uma certeza. O Paços, veja-se, apresenta resultados líquidos positivos. Isto é, dá lucro! Não tem uma relação promíscua com qualquer entidade bancária. Não está dependente de contratos ambíguos com a autarquia local. O trabalho é criterioso, exigente, responsável, e os seus frutos são colhidos ano após ano.

Parece-me importante identificar outro aspecto que define, a meu ver, a profundidade do trabalho de um treinador. Aparentemente, e isto confirmado pelo guarda-redes Moreira, tratado no Benfica como um cão com raiva que se vai esquivando ao abate (o Mantorras, por exemplo, foi capturado e eliminado), foi Jesus quem o informou do lado para o qual o jogador do Paços, na grande penalidade referente, costuma atirar. Jesus tinha esse trabalho feito e o beneficio referente foi penoso para o Paços: grande penalidade defendida pelo guarda-redes.

O meu pesar vai para o comentador principal do jogo, ele que estava, tal como os seus congéneres benfiquistas, tão frustrado pela exibição penosa do jogador Óscar Cardozo, que tantas vezes fazia questão, para minha alegria, de desperdiçar jogadas e endossar bolas para um qualquer espírito por lá vagueava. Contudo, e porque há sempre algo positivo a escrever, o comentador em questão, auxiliado pelo marajá da pseudo-honestidade e da verdade desportiva, pode sempre contar aos seus netos que comentou o 5-3.

Uma breve nota para a mais recente adição ao repertório de vítimas do Síndrome de Tourette (com a natural admiração e compreensão que sinto por aqueles que realmente padecem do síndrome, atenção) do campeonato nacional, o Fábio Coentrão, que se debate constantemente com o tique de chamar “filho da puta” ao árbitro e mandar o adversário para o “caralho”. Já presenteou o árbitro da semana passada com uns quantos centilitros de saliva, tendo passado impune, como era de esperar. Punir a malta que veste vermelho ou azul é uma tarefa homérica.