Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

30 de março de 2011

Curtas[33]–Bruno Carvalho e Godinho Lopes

Bruno Carvalho demonstrou ser um candidato superiormente preparado e, comparativamente aos outros que com ele competiram pelo lugar de presidente do Sporting, claramente aquele que detinha o melhor projecto para o Sporting. Deu-se a conhecer, e ainda bem que o fez, foi caluniado por aqueles que desejam manter-se no clube a todo o custo, tendo conquistado quase 40% dos votos e sendo merecedor da confiança de mais 1500 sócios do que o candidato que venceu as eleições, o que por si justifica determinadas ilações acerca do funcionamento eleitoral do Sporting e da forma como o clube se encontra algo refém de gerações mais antigas. Critica-se o esfumar da identidade do Sportinguismo perante os mais jovens, mas não se ousa, não no meu caso, referir que tal circunstância ocorre precisamente devido aos funcionalismos eleitorais do clube.

Considerando que de facto ocorreram irregularidades nas eleições – são demasiados os casos expostos na internet e nos jornais –, dou por terminado o meu combate, que é inteiramente justo e justificável, contra Godinho Lopes e aqueles que ele representa.

Desejo que Bruno Carvalho faça o mesmo. Se de facto acontecer aquilo que prevejo, que o Sporting continue, agora com Godinho no leme, como uma caravela perdida no alto-mar, atormentada pelos variados obstáculos, internos ou externos, que aí circundam, Bruno Carvalho será, depois desse momento, a solução necessária – a única solução. Não me parece que haja um mau perder, nada relacionado com tal, mas a luta por um processo eleitoral transparente e credível, o que não aconteceu.

Embora manifeste o meu afastamento em relação às acções de crítica ao processo e a Godinho Lopes, estarei sempre presente quando a situação/circunstância assim o exigir, começando, como é natural e expectável, por recordar as promessas eleitorais realizadas pela candidatura que venceu. Os Sportinguistas que desejarem continuar a manifestar-se merecem, contudo, o meu maior respeito e admiração. No entanto, acredito que as mesmas se deveriam dar por terminadas quando a nova época começar ou, mais próximo no tempo, quando uma resposta definitiva surgir à impugnação de Bruno Carvalho.

Não joguemos ou participemos num jogo argumentativo baseado em falácias e no literalismo absoluto. Correm rumores que Domingos irá renovar o seu contrato com o Sporting de Braga, dessa forma estando impedido de vir para o Sporting. Sim, é verdade que Godinho Lopes nunca referiu o nome do Domingos, mas também é verdade que o discurso dos elementos ligados à sua candidatura, especialmente Luís Dique, apontavam nesse sentido. Não enganemos os sócios com semi-citações enganadoras.

Godinho Lopes, candidato cuja credibilidade e integridade me merecem as mais óbvias dúvidas e insatisfações, só poderá aspirar a uma presidência tranquila e vencedora se souber cumprir aquilo que prometeu e, talvez o mais importante, souber constatar que a sua vitória, por mais estranha que tenha sido, apenas se deveu uma margem irrisória de 0,5%.

O principal entrave à agregação do universo Sportinguista nem é ideológico, por assim dizer, é numérico, estatístico. 0,5% não confere qualquer credibilidade a um clube que entrou em eleições com um único objectivo: matrimoniar todos os sócios e adeptos do Sporting com a direcção e com os pergaminhos históricos e identitários do clube.

E, referindo este aspecto pela última vez, recordo somente um dado que caracteriza a democracia podre que subjuga o clube: Bruno Carvalho, no total, contou com mais 1500 votantes que Godinho Lopes. E não esquecer que os sócios do Sporting, quando confrontados com a continuação da Linha Roquete e o fim da mesma, escolheram o fim da mesma, optando por separar essa intenção por 3 listas diferentes: Bruno Carvalho, Dias Ferreira e Abrantes Mendes.

Como me parece justo e inteiramente necessário, não cabe aos perdedores a intenção de agregação, mas, sim, aos vencedores, mais ainda quando as margens que confirmaram a sua vitória são conhecidas por todos nós – ténues.

Eu ambiciono por um Sporting forte e vencedor, mas jamais serei capaz de sacrificar os meus valores e a minha postura para que tal aconteça. A inconformação que existe contra o recente processo eleitoral é integralmente honesta. Rejo-me por um princípio comportamental muito simples de explicar: seja com quem for, falemos de treinadores, jogadores ou presidentes, apoiarei sempre o meu clube no inicio de cada época desportiva. Farei o mesmo em relação a recentemente eleito presidente, Godinho Lopes, mesmo admitindo que o considero incapaz para a função.

Godinho Lopes não é o meu presidente, mas é o presidente do meu clube, e eu apoiarei sempre o Sporting Clube de Portugal.