Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

4 de fevereiro de 2012

Figuras que, infelizmente, conhecemos e que nos ludibriam há muito

Camilo Lourenço é uma figura conhecida dos Sportinguistas. Não só dos Sportinguistas, é certo, mas os Sportinguistas conhecem-no melhor do que os restantes adeptos. Camilo Lourenço é um conhecido (não necessariamente reputado, admitamos) economista. É uma figura que muitas vezes é chamada a comentar a actualidade económica, principalmente a realidade que tende a influenciar a vida económica do cidadão comum. As televisões apreciam Camilo Lourenço porque este último tem a capacidade de simplificar a muito complexa teoria económica.

Marca presença em vários canais de televisão. Já tive oportunidade de o ver na RTP, o canal que o recebe na imagem acima colocada, na RTP Notícias, onde inclusive teve (ainda tem?) um programa por ele apresentado, e na TVI, num daqueles programas que recheiam as manhãs dos portugueses.

Todavia, os adeptos do Sporting deram de caras com este homem não em programas sobre economia, mas sobre as apreciações, muitas e quase em base semanal, que ele fez sobre a gestão do ex-presidente Soares Franco. Todas as semanas, principalmente no jornal Record e num outro diário económico (não posso garantir que tenha sido no Record, atenção), Camilo Lourenço saudava as iniciativas administrativas de Soares Franco. Vender o património não-desportivo, na altura a ideia que Soares Franco informava ser o tiro certeiro nos problemas financeiros do Sporting, era opinado pelo Camilo Lourenço como uma ideia positiva, uma ideia que, podendo gerar conflitos entre sócios, era contudo necessária.

Mas Camilo Lourenço, sobre Soares Franco e gestão deste último, não se ficou por aqui. Soares Franco, opinava Camilo Lourenço, apresentava-se como um gestor competente cujo plano – redução de custos e mais rigorosa profissionalização de gestão – representava o futuro da SAD, não só a nossa como também da dos rivais. Ou seja, Soares Franco era o remédio que o Sporting estava a precisar. Tão bom remédio era que os rivais do Sporting seriam compelidos a congeminarem os seus próprios Soares Franco’s.

A memória de uns pode ser como a gelatina, treme muito, mas a minha, pelo menos pelo tempo presente, não o é. Lembro-me das opiniões dos tecnocratas, com o Camilo Lourenço a chefiar a comitiva, sobre Soares Franco e a sua gestão. Que era boa, que os resultados seriam melhores e que o Sporting, o alvo de todas as opiniões ditas, daria mais um passo que os rivais.

Agora, depois de o consulado Soares Franco, o dito que Camilo Lourenço afirmava ser necessário para a estabilidade financeira do Sporting, depois de serem aplicadas (venda do património não-desportivo) as ideias desse mesmo presidente, o Sporting, diz-nos o sábio Camilo Lourenço, “só pode ser comprado por um mecenas”. Estamos, nós, Sportinguistas, perante um problema que nos apoquenta há muito tempo: somos permanentemente enganados.

Pedro Santos Guerreiro, presente director do Jornal de Negócios, escreveu, na rúbrica que assina no jornal Record, que “há anos que o Camilo Lourenço diz isso do Sporting [da sua insolvência]. Meu caro Pedro Santos Guerreiro, cujo jornal eu muito aprecio e cujas opiniões eu dou valor, você está enganado – o código da sua profissão não o recomenda a estudar melhor as fontes que cita?

O Camilo Lourenço nunca disse que o Sporting precisava de um mecenas. Disse, sim, que as ideias aplicadas por outros iriam garantir estabilidade ao Sporting. Disse-o sobre a venda do património não-desportivo. Escreveu e disse várias vezes que Soares Franco era o gestor ideal para o Sporting.

E agora, Camilo?