Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

21 de maio de 2011

A possível demissão de Luís Duque [2]

Vários órgãos de comunicação social dão como certa a saída de Duque da estrutura da SAD e, por consequência, do Sporting Clube de Portugal. Já deixei claro que considero Duque não só o rosto mais forte do actual elenco administrativo liderado por Godinho Lopes, como, e isso justifica em mim o desgosto que sinto pela direcção incumbente, o único rosto merecedor de confiança e esperança por parte dos sócios do Sporting Clube de Portugal.

O problema, no entanto, parece dever-se ao facto de a estrutura de futebol do Sporting possuir demasiados rostos, demasiadas pessoas, estando o ónus da decisão repartido por demasiados decisores. Essa verdade, por acaso, já tinha sido por mim referida durante o período eleitoral, nomeadamente no momento em que fui confrontado com a lista que iria configurar a candidatura de Godinho Lopes. Eram demasiados os rostos capazes de se candidatarem à presidência do nosso clube. Carlos Barbosa, há muito tido em conta como possível candidato, assim como Luís Duque, uma figura que sempre gerou consenso no universo leonino, e Paulo Pereira Cristóvão, ex-candidato.

Eu apoio Duque, não se enganem, e é exclusivamente por ele que mantenho fé na conquista do campeonato nacional, assim como é por ele que decidi, modéstia à parte, colocar de lado o meu sentimento negativo para com Godinho Lopes.

Confirmando a saída de Luís Duque, Godinho Lopes deve prontamente avançar com a sua demissão, pois uma das premissas da sua candidatura, aquilo que lhe conferiu qualidades que ele sozinho jamais teria, abandonou-o. O pilar supremo da sua candidatura, nunca o próprio Godinho, obviamente, considerado por qualquer ser inteligente como um candidato despido de carisma ou até de poder de comunicação e mobilização (os seus esforços via internet, saudados enquanto iniciativa por mim, esbarram quando o interveniente é, para ser simpático, um comunicador deveras medíocre), foi sempre Luís Duque, e apenas depois Carlos Freitas, que era introduzido na mente dos sócios Sportinguistas como uma espécie de técnico de contratações.

A vitória ténue de Godinho, manifestada nuns ridículos e mal explicados 300 e tal votos, jamais chegaria a dito ponto se Duque não fizesse parte da lista de Godinho. Não tenho qualquer dúvida de que Duque tenha valido 50% dos votos de Godinho Lopes, cuja candidatura, em termos de ideias, era vazia e, em termos comunicacionais, bastante arrastada. Qualquer conversa com um qualquer sócio do Sporting inclinado a votar em Godinho, e posso-me colocar como participante privilegiado porque foram centenas as conversas com sócios indecisos que me inicialmente me referiram, e em que concordei, que Duque era um aliciante poderosíssimo, rapidamente se concluiria no facto de Duque ser, de todas as candidaturas disponíveis, inclusive mais do que o fundo credível de Bruno Carvalho, o trunfo mais poderoso.

O Sporting Clube de Portugal faz lembrar um daqueles indivíduos que adora sofrer, que precisa de sofrer para se sentir vivo, para que a sua vida tenha significado. Depois de, aparentemente, tratado, seja por medicamentos para tal ou através de idas regulares a um terapeuta, rapidamente trata de se envolver novamente em problemas, mutilando-se a ele próprio. É impossível um Sportinguista ver o seu clube num momento de paz, nomeadamente interna, em que todos os que nele trabalham o fazem de forma séria, rigorosa e criteriosa, procurando construir um futuro digno para os sócios e adeptos.

A época em si ainda não começou, acabando o Sporting de concluir aquela que prefigurará na história como uma das piores da sua espectacular história centenária, e já a mesma se encontra quase irremediavelmente candidata a fracasso total.

O jornal A Bola, que desde sempre se posicionou do lado do Benfica, e que ultimamente mais se tem feito sentir essa adulação mórbida, aproveita o momento menos bom deste novo Sporting Clube de Portugal, o primeiro, para lançar uma entrevista que há muito estava guardada para um momento delicado: a Paulo Sérgio. Sim, esse mesmo, o incompetente que mereceu a confiança, não se sabe bem como nem se percebem as faculdades que naquele momento assistiram quem decidiu (Costinha ou Bettencourt, não sabemos muito bem), da administração que, tendo ganho o acto eleitoral de então com uns aterradores e convincentes 90%, se demitiu.

Agora penetrando no seio da administração do Sporting, via internet, torna-se difícil perceber bem a lógica que guia o lançamento de comunicados por parte do nosso clube. A notícia sobre a demissão de Duque iniciou-se, creio eu, no site do jornal A Bola, tendo-se espalhado velozmente – percebe-se o porquê, claro – pela restante comunicação social. No entanto, existem meios noticiosos que referem fontes internas que confirmam a demissão de Duque e o problema que o último tem, principalmente, com Couceiro, não com o homem, mas com a função que lhe foi, ou se quer, atribuída. O Sporting Clube de Portugal, oficialmente, desmente conhecer – ridícula a terminologia utilizada, já agora – a intenção demissionária de Duque. Se porventura tudo acabar bem, ou seja, que Duque permaneça no clube e que tudo aquilo que interfere no desempenho eficiente e eficaz das suas funções seja definitivamente afastado, o Sporting deve procurar, conteúdo, retirar conclusões acerca da sua forma de comunicar com a CMVM, primeiramente, e com o restante mundo Sportinguista, que hoje se encontra terrivelmente angustiado com aquilo que vem a acontecer no clube. O jornal Record, por outro lado, estende consideravelmente o repertório de divergências entre Duque e Godinho Lopes. Quem ler a capa do jornal em questão fica com uma ideia muito clara e simples: também Duque foi vítima da espiral interminável de mentiras. Foi aliciado, penso eu, com determinados meios financeiros, tendo-lhe sido oferecidas condições de trabalho que Duque considerava essenciais para um futuro, do Sporting, risonho, sendo, no entanto, tudo uma enorme, mas perfeitamente recorrente, mentira.

Portanto, e de forma telegráfica: Duque fora, eleições já. Bruno Carvalho a presidente. Fim definitivo da experiência Roquete. Obrigado. Sporting Clube de Portugal, adoro-te. Campeões Nacionais. O monstro voltou. Tenham medo.

Os Sportinguistas, todos, os que adoram o clube e que rejeitam ser instrumentalizados como meros fantoches por este ou aquele sujeito, devem unir-se em torno da necessidade de novo acto eleitoral. É imperativo que tal aconteça. A administração Godinho, que entrou em funções da forma que todos conhecemos, não poderá nunca iniciar a época positivamente sem Duque no elenco. O Sporting Clube de Portugal, instituição ofendida há anos por um grupo muito restrito de pseudo-gestores que ousam considerarem-se Sportinguistas, iniciará uma nova época irrecuperavelmente enfraquecido.

Não se trata, importa referir, de capitalizar o momento, nada disso. Perante vós, leitores apoiantes do Sporting, admito que, se Bruno Carvalho fosse eleito presidente e que o fundo fosse uma farsa engendrada para ganhar votos de forma fácil e demagoga, também eu escreveria aqui que a necessidade de um novo acto eleitoral era obrigatória.