Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

13 de abril de 2011

Sporting 2011/2012 [1]

Ponto prévio: acredito no título. Acredito sempre no título. Sou um optimista. Por natureza. Sou também analítico e racional, mas se a análise daí resultante for negativa, podendo considerar o meu clube um candidato falso à conquista de qualquer um dos títulos por que lutamos, principalmente por razões históricas, faço questão de não o admitir, mais ainda se a admissão for de alcance público. O negativismo dos Sportinguistas é combustível para portistas, cujo clube subiu à nossa custa, e para lampiões, cuja proximidade territorial e similaridades em termos de dimensão nacional lhes confere, e a nós, uma rivalidade mais vívida e constante.

O candidato que venceu as eleições fê-lo através, e bem, tal como os restantes (livre Abrantes Mendes e o seu discurso de “verdade”) o desejo de reforçar a equipa de futebol, admitindo que, e concordo, que o sucesso do clube enquanto instituição desportiva está dependente dos resultados da equipa de futebol, a modalidade do clube que gera mais dinheiro, fruto do seu protagonismo e escolha suprema entre os portugueses e Sportinguistas. É ponto assente que o sucesso financeiro do Sporting advirá, salvo raras excepções, de uma boa performance desportiva. O estádio acomodará muitos mais Sportinguistas, o que significa mais receita, a loja verde receberá muitos mais visitantes, o que significa, novamente, mais receita, e a equipa de futebol sentir-se-á mais apoiada e motivada.

Este é um ciclo de muito fácil entendimento e explicação: sucesso desportivo, personificado em cada um dos jogadores que representar o clube em campo, potenciará os activos do clube (os jogadores). Estando o Sporting Clube de Portugal a operar num mercado manifestamente reduzido em relação a muitos outros, principalmente o espanhol, mercado próximo em termos territoriais, culturais, económicos e financeiros, é apenas lógico deduzir que o Sporting jamais poderá apresentar suficientes argumentos financeiros – capacidade financeira para igualar ofertas de outros clubes – e desportivos – o campeonato nacional é competitivamente fraco – que possam servir de aliciante suficiente a jogadores que se tenham dado a conhecer no plantel da equipa.

O truque é simples: comprar bem, jogar bem, vender bem. Repetir: comprar bem, jogar bem, vender bem. Um modelo desportivo e financeiro que é actualmente posto em prática, e com resultados palpáveis, no FC Porto. O Benfica faz o mesmo, embora a sua alavanca inicial não tenham sido bons resultados desportivos nem critérios positivos e exigentes nas compras, mas o Fundo, que permitiu ao clube beneficiar de capital considerável para investir. O dinheiro disponível, angariado através da alienação de passes de jogadores do clube (ao invés do modelo de Bruno Carvalho, sem passes de jogadores do actual plantel do Sporting, mas totalmente constituído pelos direitos desportivos dos jogadores a contratar), está a ser, creio eu, bem aplicado. Têm adquirido jogadores experientes e capazes de imediatamente oferecer à equipa outra qualidade e ritmo competitivo, e têm dado interesse a jogadores jovens com elevado potencial de crescimento. E o sucesso desportivo, que constrói na equipa um sentimento de grandeza, motivação e crescimento individual, já tratou de potenciar muitos outros jogadores que dificilmente conseguiriam dar-se a conhecer numa equipa com dificuldades técnicas e tácticas. Nesse plano, também se deve atribuir mérito ao treinador. Por exemplo: as diferenças óbvias entre o Aimar orientado por Quique, muito inconstante em campo, e o Aimar de Jorge Jesus, que na época passada assumiu por completo a liderança das manobras ofensivas da equipa, com claros benefícios.

Em relação ao Sporting, também nós temos um jogador capaz de providenciar à equipa aquela mais-valia que só os grandes jogadores, virtuosos e tecnicistas, conseguem oferecer: Matías Fernandez, ágil e hábil construtor de jogo, cuja qualidade tem sido constantemente diminuída devido à sua indefinição táctica em campo, algo que José Couceiro tem sabido, e muito bem, dar a volta. O Sporting de hoje, longe de poder apresentar qualquer resultado sólido ou digno, beneficia muito deste jogador chileno. Passa bem a bola, encontrando sempre espaços abertos, é rápido, o que lhe permite fugir à marcação directa dos adversários e, ao mesmo tempo, instaura alguma confusão táctica na equipa contrária. Qualquer táctica a utilizar no futuro terá que contar com Matías Fernandez como general. Imprescindível!

To be continued…