Até provas em contrário, seja através de falhas na explicação do programa ou no incumprimento de promessas, confirmo que o candidato Bruno Carvalho receberá os meus quatro votos. Fá-lo-ei com o máximo prazer. É o melhor candidato, não tenhamos dúvidas – melhor preparado em todos os vértices, impoluto do ponto de vista pessoal e profissional, com trabalho realizado no Sporting (no hóquei) e capaz de, enfrentando adversidades construídas por quem deseja a própria perpetuação no poder, construir um projecto verdadeiramente sólido, coerente, visionário e Sportinguista – respeitando o aspecto identitário do clube . A sua visão para um Sporting Clube de Portugal ganhador não se cinge a um treinador alegadamente bom, a uma equipa de dois homens (cujos méritos são mistificações de uns quantos sábios…), etc. Somos presentados com uma visão transversal para o nosso clube, algo que tem faltado há muito tempo, que hoje se encontra semi-defunto.
O Sporting Clube de Portugal tem mais de 250 núcleos. Teve, nos anos 80, mais de 100.000 sócios. É hoje um resíduo doloroso do que deveria ser, do que pode ser. Conseguir enclausurar o Sporting a tão mesquinha e insignificante dimensão é obra hercúlea, apenas executável às mãos dos mais ignorantes e incompetentes gestores que existem. Este grupo, estranhamente, é patrocinado, acto eleitoral após acto eleitoral, pela massa associativa do clube.
Os sócios são, acima de qualquer outro participante ou representante, os principais culpados. Enganados por Roquete e o seu projecto milagroso? Todos erramos. Há quantos anos andamos, de forma consciente, a ser enganados?
Godinho Lopes, candidato da linha Roquete, decidiu apelidar Bruno Carvalho de “Vale e Azevedo de terceira categoria”. O que é, digam-me se puderem, “um Vale e Azevedo de terceira categoria”? E como se define um Vale e Azevedo de primeira categoria? Ou de segunda categoria?
Vale e Azevedo, quando comparado com alguns dos rostos da Linha Roquete, é um menino do coro, uma inocente vítima de uma conspiração com contornos maquiavélicos. Vale e Azevedo roubou o clube, mas os sócios do Benfica souberam, quando chamados a tal, terminar a sua era – as evidências relacionadas com a sua má gestão eram demasiado óbvias à percepção do homem comum. A Linha Roquete, que ultrapassa largamente Vale e Azevedo em incompetência e longevidade, continua por cá, sempre patrocinada pelos rostos do costume, sempre apoiada pelos sócios do costume, que depositam cegamente a sua fé em algo que é plenamente abstracto: um projecto hino a tudo o que é genérico, básico, até trivial, por vezes
Com que direito, pessoal, profissional ou eleitoral, é que Godinho Lopes desfere tão ácido e injusto ataque? Eu, porém, compreendo. É a estratégia de um homem que, em pleno debate, se viu cilindrado pela argumentação de uma candidato várias vezes superior – a Linha Roquete sofreu aí o seu primeiro revés eleitoral. É o grito de revolta de um homem que julgava participar num combate eleitoral tão ou mais expectável, na sua conclusão, que os anteriores.
Tal como previ (julgo-me melhor capacitado em tal que a Maya, por exemplo) que Godinho iria utilizar a estratégia da calúnia e da oferta rápida de nomes aparentemente sonantes do mundo do futebol, creio que esta atitude, de má educação e baseada unicamente em apreciações individuais – subjectivas e manufacturadas ao sabor do vento (sondagens) - e não de projectos e credibilidade (característica que Godinho não possui), não terminou, pelo contrário. A Linha Roquete encontra-se cimentada no interior do nosso clube. Fará tudo para que tal estatuto continue.
Godinho Lopes, que adopta um discurso que tenta transmitir a ideia de que, tanto em 1999/2000 como em 2001/2002, foi ele que decidiu, jogou, treinou e apoiou, sendo portanto o único responsável pelas conquistas de então, pede o seguinte a um sócio do Sporting:
Confiemos em Nobre Guedes, que é sócio há uns míseros anos, isto quando nos consciencializamos da sua importância hierárquica no Sporting. Confiemos em Luís Duque, que só se disponibiliza quando o nó judicial lhe aperta o pescoço. Confiemos em Carlos Freitas, o tal miraculoso director-desportivo que contratou um batalhão de jogadores que não produziram qualquer retorno ao clube. Confiemos numa linha administrativa, a Linha Roquete, que, ano após ano, defrauda o clube, os sócios e a história vitoriosa da mais vencedora instituição desportiva de Portugal. Confiemos em Paulo Pereira Cristóvão, que ganha mais um cliente, o Sporting, para a sua empresa de segurança.
O estilo do discurso de Godinho Lopes é básico: confiem em nós, que somos apenas uma maquinação de uma hipotética credibilidade e competência que nunca se viu concretizada, não nos outros, os tais “aventureiros”. Agora, os “Vale e Azevedos de terceira categoria”.
Haverá mais, tenho a certeza. Por outro lado, tenho também a certeza de que só o Bruno Carvalho, através de eventuais erros ou promessas incumpridas, me fará não votar nele. Mantendo o actual discurso e postura, Bruno Carvalho é o candidato ideal para a recuperação institucional, identitária, desportiva e financeira (ordem aléatória) do Sporting Clube de Portugal.
As críticas de Godinho são de fonte subjectiva. São criações que visam o benefício eleitoral. As criticas de Bruno Carvalho são factos, números que não podem ser desmentidos. É esta a via a seguir. Falar a verdade e culpabilizar, vezes sem conta, quem participou no delapidar regular do Sporting Clube de Portugal.
Em frente, Bruno Carvalho.