Mário Moniz Pereira é, sobretudo, uma lenda viva do nosso clube – um estatuto ao alcance de poucos. Em Portugal, no que concerne a títulos e dedicação a uma instituição desportiva, ninguém se aproxima, ou aproximará, de Moniz Pereira.
Um homem cujo saber e interesse pelas modalidades do clube, nomeadamente o atletismo, providenciou ao nosso museu, de longe o mais completo de Portugal, vários títulos. No entanto, e não pretendo colocar em causa o seu Sportinguismo (tarefa impossível, ingrata e ofensiva), não deixo de notar que Moniz Pereira costuma colocar-se sempre do lado de quem, começando com Roquete, arquitectou um complexo desportivo, agora parcialmente alienado devido a erros de gestão, sem pavilhão para as modalidades.
A era Roquete, em termos de interesse pelo pergaminho fundamental do clube que é o ecletismo, teve o seu expoente máximo na figura de Filipe Soares Franco, o presidente que, de forma incrivelmente anti-Sportinguista (gosto pelas modalidades é uma característica básica do ADN Sportinguista), admitiu que só sofria pelo futebol e que, numa assembleia geral, admitiu que a “maioria dos Sportinguistas desconhece as modalidades praticadas no clube”. A reacção na sala foi de estupefacção.