Godinho Lopes é um avião sem sistema de navegação. Com um rosto de medo e rápido a caminhar até à saída, afirmou, acabado de chegar ao aeroporto de Lisboa, que nada iria acontecer ao treinador. No dia a seguir, já protegido pelo afastamento físico de quem o contestava no aeroporto, menosprezou a justa contestação e, tal e qual JEB nos últimos tempos da sua miserável e empobrecedora administração, optou por ofender os “30 adeptos”. Mais um dia passado após a contestação, despede o homem que antes tinha garantido permanecer no lugar, supostamente imune ao mau momento. É isto a Linha Roquete: loucura decisorial e desrespeito pelo Sporting e pelos seus adeptos.
"O Sportinguista, em mais de 100 anos de dita escolha, jamais ousou queimar ou detrair o símbolo e a cor que o identificam. Outros, os tais que clamam superioridade moral e identitária, fizeram-no.", dito por pai de Daniel.

29 de fevereiro de 2012

Agência Lusa e outros acontecimentos à portuguesa

É a primeira vez que leio que uma agência noticiosa “anula” uma noticia. Bizarro, no mínimo, patético, na realidade.

E que tal vomitarem cá para fora a dita fonte? Ou também a “anularam”? Ou a fonte “anulou-se” a si mesma? Ou a quem encomendou a notícia sentiu-se “anulado” pela sua própria patetice? Ou o verdadeiro objectivo, entendido desde o inicio desta treta toda, foi conseguido, ou seja, diminuir o foco sobre a decisão de despedir o Domingos, que no dia anterior ao despedimento foi dado como seguro no cargo que então ocupava no Sporting, e criar teorias alternativas que justificassem uma decisão que, apesar do bom começo de Sá Pinto no cargo e das declarações dos vários jogadores, eu continuo a considerar demasiado forçada e pouco e mal justificada?

Apurem-se responsabilidades, é o mínimo que os Sportinguistas, e o próprio Domingos, exigem.

Em Portugal a propensão a comédias tristes é imensa. O Boavista desceu por corrupção, o que não invalida a verdade de que este clube da cidade do Porto (muita coisa sinistra acontece em clubes daquela região de Portugal), o único verdadeiramente penalizado (e justamente!) no Apito Dourado, não é tão corrupto quando o FC Porto ou o Benfica, mas este dois permaneceram, e permanecem e permanecerão, imunes a qualquer criminalização dos seus comportamentos sabotadores. Agora, a decisão, estando já o Boavista nas ruas da amargura e tornado num clube tão apoiado quanto um qualquer clube local (a maior parte dos adeptos do Boavista prescindiu de apoiar o clube, abandonando-o), foi anulada. Pronto, lá estamos nós de novo neste verbo que nunca foi tão estranho como hoje em dia.

O Paulo Futre apresenta um programa no qual conecta ofertas de emprego a portugueses que procuram emprego. Depois de ter sido o Sporting a garantir a empregabilidade do próprio Paulo Futre, a sua chamada a inúmeros programas televisivos, a garantir-lhe ainda mais notoriedade para o lançamento do seu livro, estou ainda à espera de um agradecimento de Futre ao Sporting Clube de Portugal.

O clássico da Corrupção joga-se na sexta-feira. Os nomes dos constituintes são conhecidos, pelo que me abstenho de novamente os referir. Vai ser apitado por um árbitro sócio do clube da casa. Quantas expulsões? 1, 2, 3? Invasões de campo de tipos vestidos à Diabo? Cotoveladas que o árbitro não quer ver do Javi Garcia? “Filhos da puta” proferidos pelo Jesus aos seus jogadores? E ao treinador do Porto? Quantos mergulhos à Hulk? Qual dois dois corruptos clubes vai queixar-se mais no fim da partida? Quantas manchetes motivacionais vai o jornal A Bola criar até ao jogo? E o jornal O Jogo? A ex-namorada que Pinto da Costa recrutou para si mesmo num bar de alterne vai marcar presença, ou já lhe “anularam” as amizades com o clube da casa?

27 de fevereiro de 2012

Comportamentos bipolares típicos de um benfiquista incapaz de enfrentar a realidade actual

Li agora que o comentador que representa o Benfica no programa de debate sobre futebol “O Dia Seguinte” se demonstra triste, agastado, até revoltado com a presente realidade do clube que ele apoia. Quem não é insano perceberá que a tristeza se percebe. O estar agastado, como a tristeza, também se entende. Revoltado, sendo o motivo a arbitragem, já não se entende.

Há algumas semanas, estando o Benfica a 5 pontos de vantagem do Porto, os ânimos das hostes lampiónicas ousavam quebrar novos patamares de motivação e confiança. Eram os maiores. Ninguém os pararia. O Porto da época passada não era nada comparado com o Benfica 2011/2012. O Jesus era uma versão mal vestida e mal faladora do Mourinho, mas tão ou mais competente tacticamente. Vieira, isto sempre de acordo com o que pensavam os benfiquistas (como conheço muitos, sei o que eles pensam), era uma versão mais higiénica do Pinto da Costa. O Rui Costa era…não era nada, porque há algum tempo que a figura do dito se encontra afastada das câmaras de televisão e dos microfones dos jornalistas. Nem o Jornal A Bola, que durante épocas e épocas consecutivas noticiava o regresso do “maestro”, possibilidades sempre goradas até ao dia em que o Milan não o queria nem para apertar as botas ao Kaká, hoje fala do Rui, coitado.

Dois maus resultados depois, o Benfica prepara-se para receber o Porto com os mesmos pontos que este último. Um jogo que se adivinha escaldante, um jogo que oporá ambos os clubes que representam o lado negro do futebol, o mais poderoso, o tal que não gosta do Sporting Clube de Portugal. Nós agradecemos o desgosto que eles sentem por nós. Não me sentiria bem se a arbitragem “gostasse” do Sporting. Vou ver o jogo no estádio, a convite de alguns amigos benfiquistas que, não sendo eles exemplo do estereótipo benfiquista (QI abaixo de 80, principalmente, e uma capacidade analítica de futebol inacreditavelmente criativa, além de uma doentia propensão a destruir bens sempre que o clube não vence), me julgam boa companhia, isto apesar de o meu Sportinguismo fanático permitir poucos debates com eles sobre o meu clube. Comigo, não se preocupem, o Sporting está sempre bem representado. Com ou sem razão do lado do nosso clube, o Sporting sai sempre vencedor. Sempre.

Sá Pinto, agora escrevendo sobre o que toca no coração Sportinguista, para o campeonato nacional, só sabe vencer. Venceu ambos os jogos que a sua equipa disputou. Embora a qualidade de jogo esteja longe do mínimo dos mínimos que uma equipa de um clube como o Sporting Clube de Portugal deve apresentar, não deixa de ser verdade que se pode constatar uma melhoria táctica, mesmo que ténue, sempre que um novo jogo acontece. Além das melhorias motivacionais, denota-se uma evolução num aspecto que eu julgo fulcral no futuro futebolístico do Sporting: aumento da velocidade de jogo.

22 de fevereiro de 2012

Como o clube azul costuma operar na sombra, eu acredito que o que vou escrever vai acontecer em Manchester (uma certa parte, ao menos)

Salvo situação anormal, o Sportinguista apoia o clube que defronta ora o Porto, ora o Benfica, porque derrotas de ambos costumam beneficiar o Sporting (vice-versa). Há algum tempo escrevi que, se pudesse escolher entre eliminar o Porto ou o Manchester, optaria pelo Porto, porque a felicidade de eliminar um clube que é mais rival do Sporting do que o Manchester é maior, e sendo o clube azul presidido por aquele notório conhecedor da secção central do Correio da Manhã, de rabos e muitas massagens, a vitória seria ainda de um sabor mais delicioso.

Se a dita opção me fosse dada a escolher hoje, escolheria o mesmo: quero jogar com o Porto. Quero eliminar o Porto. Prefiro eliminar o Porto. Prefiro atirar o Porto para fora da UEFA, vendo o meu clube seguir em frente. Eliminar o Porto seria uma sensação muito, muito doce. Penso que é inquestionável que uma derrota do Porto às mãos do Sporting é mais saboroso do que uma derrota do Porto às mãos de um outro clube qualquer, forte ou fraco, pobre ou sordidamente rico.

Debruço-me agora sobre um outro aspecto deste jogo entre o Manchester City e Porto. O jogo no Estádio do Dragão ficou marcado por cânticos racistas entoados contra o jogador Balotelli. A sua ocorrência é inegável, apesar dos vários spins que alguns lhes tentaram conferir. O Porto, através de um director que outrora foi o comentador desportivo da RTP (e notório pelo seu histerismo sempre que o Porto marcava um golo, agora entendível), veio a público informar que os cânticos não eram de todo racistas, eram antes de apoio ao jogador Hulk, servindo-se do nome do avançado brasileiro para mascarar o cântico amacacado vindo da bancada dos Super Dragões, claque banal (sendo a principal claque do Porto, existe aqui um paralelo entre a banalidade de um e a de outro, o que se percebe). Ficou ainda por dar a conhecer uma versão alternativa às duas conhecidas, a do racismo e a do apoio ao Hulk: uma homenagem ao líder da claque, conhecido como Macaco, tipo desempregado mas condutor de um carro conhecido pelas velocidades elevadas que consegue atingir, além de que o próprio Macaco parece ser obsequiado pelas gentes da claque com um seguidismo que faria corar muitos políticos e ídolos musicais. Não percebo como ninguém se lembrou desta alternativa. Concedo que é tão ridícula quanto aquela que o tipo do Porto deu, mas nunca se sabe que tretas poderão as gentes azuis congeminar.

Quem acompanha o mundo das claques, mesmo que de forma pouco atenta, sabe que o cântico dos Super Dragões para o Hulk não é “Hulk, Hulk, Hulk”, e isto se nos esquecermos dos movimentos símios que acompanharam o cântico do dito jogo. Hoje, por outro lado, penso que o será. O Porto sempre se comportou de forma sábia, mesmo que incorrecta e violadora da lei. A claque portista tem ligações umbilicais ao presidente Pinto da Costa, estilo guarda pretoriana, embora este “imperador” não será vitimado pelas ambições da guarda. Não me admirarei quando os adeptos portistas presentes em Manchester entoaram um cântico que antes nunca foi utilizado por eles: Hulk, Hulk, Hulk.

PS – foi hoje noticiado que um bilionário russo está interessado em investir no Sporting Clube de Portugal, um desejo que poderá ter sido incentivado pela relação próxima entre Peter Kenyon, antigo homem-forte de Abramovich no Chelsea, e Godinho Lopes. É bom saber que nem todos os russos, para Godinho, são de origem dúbia. Alguns blogues Sportinguistas continuam a primar pela desatenção. Ao contrário dos russos do Bruno Carvalho, que não teriam em sua posse uma sequer mínima parte da SAD do clube, este russo, se de facto for verdadeira a sua intenção de investir no Sporting, será "dono” do Sporting. O modelo que agora é discutido não é um de Fundos de Investimento, mas um no qual um rosto adquirirá parte maior da SAD, e assim substituirá o actual accionista maioritário, o Sporting Clube de Portugal, o clube, que é detido pelos associados do SCP (o Sporting Somos Nós deriva deste facto). Atenção a este vital aspecto! Muitas outras notícias como a de hoje serão ainda dadas a conhecer pela imprensa portuguesa. É uma tema facilmente noticiável porque lida com sentimentos e com um clube muito importante. Hoje é o Prokhorov (um oligarca cuja fortuna se criou por causa do charivari em que a Rússia, pouco tempo após o desmantelamento da URSS, estava envolvida), amanhã será outro “ov” qualquer, talvez até um “Shalam” depois. Nós, Sportinguistas preocupados com o clube, continuaremos por cá. Nem percebo as ligações que uns fazem entre a ideia do Bruno Carvalho e esta – incluindo o próprio Bruno Carvalho. O único ponto idêntico é a nacionalidade do investidor. Estamos a falar de ideias totalmente diferentes, meus amigos.

21 de fevereiro de 2012

Coisas do Vietname

As épocas que o Calisto, treinador do ultra-defensivo Paços de Ferreira (o que eu vi em Alvalade, com quase sempre 11 jogadores atrás da linha de meio-campo), passou em território vietnamita toldaram-lhe a capacidade analítica.

Godinho “acredita que o Sporting vai seguir em frente na Liga Europa". Não, queria ele pensar o contrário, quer ver!

Esgotaram-se os adjectivos pouco simpáticos para definir as exibições do defesa-central Polga.

O treinador do clube vermelho, o Sportinguista Jorge Jesus, continua compenetrado, resta-nos questionar se o faz intencionalmente ou não, em dinamizar a Língua de Camões muito para lá do mais recente abort… acordo ortográfico, num esforço que implica, além de alterar a ortografia de determinados vocábulos, mandar às uvas, como o resultado de ontem e a tal nuvem de inultrapassável equipa por ele “treinulada”, as normas mais básicas da gramática.

A exposição que o elenco Godinho Lopes fez sobre a arbitragem não merece apoio da minha parte. Comparando a arbitragem em questão a outras, é evidente, e aqui o SCP perde em capacidade de força, que a “montra” escolhida foi a mais fraca, ou melhor, a menos fraca de todas as outras até agora. Lembrando-me de umas quantas atrocidades do homem do apito cometidas contra o SCP (a tentativa, felizmente falhada, de Bruno Paixão descarrilar o bom momento do Sporting frente ao Guimarães, por exemplo), a arbitragem do último jogo do SCP foi até simpática (para o SCP, simpático significa ser pouco roubado, entenda-se).

18 de fevereiro de 2012

Sobre o jogo Sporting vs Benfica em juniores

Dizem-nos os Sportinguistas presentes no recinto que o Sporting avassalava, em qualidade de jogo e oportunidades de golo construídas, o clube adversário até ao momento em que o árbitro optou, por vontade própria ou por pedido prévio, fazer de Ministério das Finanças (ou Troika, escolham consoante as vossas crenças políticas) e roubar o jogo.

O Sistema não tem em atenção a idade de quem veste as camisolas. É adepta de dois clubes, Porto e Benfica, por vezes, concedo-o, é forçada a escolher ajudar apenas um (naquele complicado dia em que o calendário coloca ambos a jogarem entre si), e entra em acção seja em que modalidade for, seja qual for a idade dos praticantes.

A excelente qualidade da nossa formação continuará a permanecer como a melhor deste país, apesar dos inúmeros inimigos que a defrontam, estes mais posicionados fora do jogo em si do que em campo. A luta pelo título continuará, mas a entrada da dita taça no museu adivinha-se difícil se manobras como as de hoje continuarem a minar jogos entre o Sporting e Benfica ou Porto.

17 de fevereiro de 2012

Sobre Jorge Castelo, que até há poucas horas marinava no Centro de Emprego dos “treinadores” de futebol, a Sporttv

Quem o conhece, e não podendo eu confirmar se quem o diz está a falar verdade, afirma que ele não é Sportinguista, como o treinador Sá Pinto, que ontem proferiu fantásticas afirmações sobre o que sente sendo o treinador do Sporting Clube de Portugal (ver as declarações aqui). Atribuem-lhe o gosto pelo vermelho, talvez pelos vários anos em que lá trabalhou, mas eu, importando-me apenas com o Sporting e com os profissionais que trabalham no meu clube, não tenho problema em secundarizar o suposto verdadeiro clube dele, restando-me acreditar no profissionalismo da mais recente, juntamente com o Porfírio, contratação para a equipa técnica do Sporting, chefiada pelo Sá Pinto.

Escrevo esta opinião admitindo possíveis erros de julgamento da minha parte, portanto precavendo-me relativamente a injustiças. Como escrevi antes, não sei se ele é Sportinguista, se é de outro clube qualquer, talvez até do principal rival do Sporting, mas parece-me que a contratação da sua pessoa se insere na ideia de adicionar ao actual conjunto de técnicos algo que lhe pode estar a faltar: conhecimento técnico-táctico do desporto, ou seja, conhecimento das mais recentes metodologias que parecem vingar no futebol, numa perspectiva mais científica, se assim o podemos considerar. A evolução metodológica do futebol nos últimos 5 anos foi brutal, com nomes como Mourinho (este ensinado por um mago da táctica, o holandês Van Gaal, cujas longas palestras e vídeos entediavam os jogadores por ele orientados) e, mais recente, Guardiola a chefiarem o grupo de treinadores que objectiva o controlo total das equipas que treinam – por exemplo, num livro sobre Mourinho em que o próprio assina o prefácio (Liderança: Lições de Mourinho), sendo então um livro mais condigno que os restantes, Mourinho admite que o seu objectivo enquanto treinador é “reduzir a imprevisibilidade”.

Não fui propriamente simpático na forma como me fiz perceber em relação a este senhor Jorge Castelo (a posição de comentador desportivo é na sua essência demasiado fácil de executar), mas espero que a minha primeira ideia sobre ele, e a primeira ideia tende sempre a ser insuficiente em factos, se encontre errada. Espero que venha de facto preencher mais espaço qualitativo dentro do Sporting, auxiliando o Sá Pinto nas escolhas que se preveem complicadas de decidir, agora que o Sporting se encontra em desesperada procura pelo terceiro lugar do campeonato, na luta pela conquista da Taça de Portugal e, se nada de bizarro acontecer na próxima quinta-feira, preparando-se para defrontar um clube, o Manchester City, que despeja dezenas de milhões de euros por qualquer jogador que cative o interesse do seu treinador.

A coerência é também um elemento cuja presença em qualquer debate é essencial, principalmente quando quem opina é Sportinguista. Se qualquer Sportinguista, céptico ou não em relação a Sá Pinto enquanto opção válida (e não meramente propagandística) como treinador para o Sporting, admite que o Sportinguismo do Sá é inquestionável, que no banco do Sporting passará a figurar como que um adepto, então parece-me lógico concluir que o Sá não aceitaria na sua equipa técnica alguém indigno ora para o clube, ora para o cargo. Terá a decisão de contratar Castelo e Porfírio debatida com Sá Pinto, este assentido ou mesmo sugerindo ambos os nomes, ou terá sido obra de Carlos Freitas, “que ficou em Lisboa a trabalhar”?

Sobre ontem, não vi nada que me indique estar em processo a melhoria da qualidade de jogo da nossa equipa, sinceramente, e nem mesmo o lastimável estado do relvado do Légia suaviza a minha crítica, assim como o facto de ter sido apenas o primeiro jogo do nosso novo treinador – contudo, reconheço estas limitações. Continuo a ver o Ricky demasiado sozinho na dianteira, sem qualquer apoio, e o Polga no centro da defesa, ele que é uma espécie  de Kim Philby do Sporting Clube de Portugal – não é de todo estranho que nenhum clube de um Brasil economicamente em crescimento o queira. O André Santos obsequiou os Sportinguistas, e o próprio Sporting CP, com um golo fantástico, do mais belo que este desporto pode oferecer a quem o aprecia. Gesto técnico soberbo, remate indefensável. Seria excelente Sá Pinto conseguir retirar mais produtividade do André Santos, não a médio-defensivo, mas talvez jogando um pouco mais à frente deste último e mais próximo dos avançados.

PS – Sou contra punições relativamente a cânticos racistas – ou de qualquer outro teor – entoados por adeptos de futebol. Jamais cantarei contra alguém por causa da sua cor, acho-o até bastante patético (e alguns adeptos do Sporting não são inocentes a este respeito), mas se a UEFA começar a castigar clubes por causa de comportamentos menos felizes por parte de alguns adeptos, poderemos estar perante a abertura de um precedente que pode limitar severamente a liberdade do adepto do futebol, limitando-o a uma presença física sem a felicidade que acompanha qualquer um que vá à bola e goste de cantar e de bater palmas e de saltar, tornando-se o adepto um mero financiador. Depois de o primeiro clube ser punido por cânticos racistas (embora admita que existem determinados limites, mas esses só costumam ser ultrapassados em países como a Sérvia), outras punições (como cânticos ofensivos genéricos, por exemplo contra o árbitro) poderão acontecer. O curioso é que o clube visado, o Porto, tem matéria criminal mais do que suficiente, e conhecida por qualquer um, para que o seu fim, pelo menos em competições importantes, se aproxime, fim esse a ser sentenciado por quem regula o futebol. Punir o Porto por racismo é puni-lo pelo menos nefasto de todos os comportamentos a que ele clube já nos habituou. O vídeo está aqui (a interpretação de um dirigente do Porto é quase tão patética quanto aquela que o Público atribuía a alguns gestos presentes nas imagens de acesso ao balneário visitante do Estádio de Alvalade). Quem entende os funcionalismos da internet deve garantir que ele não desaparece como outros que comprovavam Pinto da Costa como o mais corrupto dos dirigentes portugueses.

14 de fevereiro de 2012

Para o novo treinador, só isto vale:

Allez Sá Pinto, allez!

Num processo todo ele obscuro e ilógico, resta-nos, como em relação a outros técnicos que treinaram a equipa principal do nosso clube no passado recente, apoiar o treinador e ter esperança num trabalho que se deseja bem desenvolvido e frutuoso.

Garantir, do ponto de vista desportivo, três objectivos: a) garantir o terceiro lugar do campeonato nacional; b) demonstrar vontade e bom futebol na Liga Europa; c) conquistar a Taça de Portugal.

Vamos a isso, apesar dos problemas!

13 de fevereiro de 2012

Sporting CP tem aspectos do acidente em Fukushima

Quase tudo o que hoje anda no Sporting é radioactivo, e a nuvem tóxica, na figura das constantes péssimas decisões tomadas pelos directores do clube, pode estar a tornar os seus perigos permanentes.

11 de fevereiro de 2012

Mas qual jogo, Elias?

«Não conseguimos impor o nosso jogo», Elias, jogador do Sporting Clube de Portugal.

Está na hora de iniciar o processo de sanitização do Sporting. Retirar do clube toda a merda que o afoga há mais de dez anos consecutivos. Comecemos no merda-mor, o presidente Godinho Lopes. Que a sanitização que queremos não se cinja a manifestações à la Grécia, sem consequências para os visados. Godinho venceu por uns miseráveis 300 e tal votos, num processo eleitoral tão obscuro quanto o processo eleitoral russo. Godinho é o Putin do Sporting. Fora daqui, mentiroso e servo das outras equipas consideradas grandes. Sendo eu estudante numa universidade fora de Portugal e trabalhador numa instituição também fora de Portugal, reconheço que o manto da hipocrisia pode estar a servir-me, mas, como o fiz em muitas outras ocasiões, estarei sempre disposto a colocar uma pausa, tendo ela de ser breve (não há milagres), se perceber que a minha presença junto dos reabilitadores do Sporting for útil e premente.

Penso que chegou a altura de os Sportinguistas entenderem que o futuro do Sporting joga-se nas próximas semanas. Cada dia que passar com Godinho Lopes na cadeira do poder é um dia mais próximo do fim do Sporting Clube de Portugal que todos amamos, o Sporting cujas grandes decisões nascem nos sócios do Sporting, em Assembleias que nos agregam uns com os outros, locais de puro e fervoroso Sportinguismo. Querem-nos impor um modelo alternativo ao que sempre existiu em Portugal, o do associativismo. Não o fazem não porque acreditam ser a melhor solução para o clube, mas antes porque a incompetência de todos os da sua linha faliu financeiramente o clube. A falência identitária, garantidamente um aspecto mais vital que o financeiro, torna-se cada vez mais possível. Querem-nos impor, através de auditorias maradas, um modelo que vai contra a génese do Sporting Clube de Portugal, pondo-nos a todos entre a espada e a parede, escravizando a autonomia de decisão do sócio, forçando este último a vender a sua presença no clube a um estrangeiro milionário (se for). Um clube como o Sporting, de tão querido sentimento, definitivamente mais especial que qualquer outro em Portugal, aquela querida emoção que nos faz, especialmente quando a tristeza nos bate à porta, sentir cada vez mais orgulho em Ser Sporting, não pode ser controlado por um gajo que, dizem as probabilidades, nem Sportinguista é. O meu pai deu-me a conhecer um Sporting que logo mereceu o meu apoio. Logo me apaixonei pelo Sporting. Agora, passados 23 anos, está em causa o clube que eu adoro. O clube que eu amo. Que o meu pai ama. Que o meu avô e avó amam. Que muitos milhões de Sportinguistas amam.

O Elias, sendo entrevistado após a derrota, afirmou que o Sporting não conseguiu impor o seu jogo. Não entendo, juro pela minha alma. Mas que jogo é que Elias se refere? Ao jogo que o Sporting apresentou há meses, que resultava e permitia a obtenção de vitórias? Esse jogo? O Sporting não joga um caralho. Não vale a pena procurar sinónimos simpáticos para caracterizar aquela merda que a equipa do Sporting tenta fazer em campo. Passes de merda, quase sempre para trás, interrompidos pelo comum remate de um defesa-central lá para a frente. Jogadores do meio campo posicionalmente encavalitados um nos outros, sem aparentes missões individuais. Frente ao Marítimo, por exemplo, Ricky, avançado que nesta equipa joga sozinho no sector mais atacante da equipa, cruzou duas ou três vezes a bola para a área. Mas para quem, caralho? Cabe na cabeça de alguém (ou melhor, no quadro táctico de um treinador que se diz competente) ser o avançado, ainda por cima o único da equipa, a cruzar a bola? Mas o que é isto, afinal? O que andam estes gajos a fazer durante a semana? A mamar do bom e a brincar com uma coisa redonda, só pode!

A situação financeira, péssima mas no entanto sem culpados (a auditoria, deficiente desde nascença, confirmou o que os Sportinguistas mais interessados já sabiam sobre o clube, mas, ao contrário das auditorias sérias, não apontou dedos nem classificou a gestão praticada até ao dia final da auditoria, vergonhosamente ilibando os criadores da dívida – José Roquete, Dias da Cunha, Soares Franco, Bettencourt e Godinho Lopes), só poderia ser aliviada mediante a classificação do Sporting para a Liga dos Campeões, competição que, caso o SCP ultrapasse a fase de pré-qualificação, surtiria muitos e precisos milhões de euros ao clube, não esquecendo o prestígio que vem com o facto de os competidores serem considerados os melhores clubes de futebol europeus. Faltando ainda alguns meses para o campeonato terminar, o Sporting Clube de Portugal, que no seu plantel tem jogadores capazes de colocar o clube numa posição mais condizente com a sua obrigação histórica (a lista de internacionais é imensa), encontra-se praticamente afastado do terceiro lugar, ocupado pelo modesto Braga, portanto afastado da pré-qualificação da Liga dos Campeões.

Há pouco tempo escrevi que apoio o actual treinador do clube. Não apenas manifestei o meu apoio ao Domingos, como opinei que seria inteligente renovar-lhe o contrato, estabilizando tanto o Domingos como a função em si, que no Sporting tem sido trocada de rosto quase ano após ano, numa espiral de despedimentos que parece não ter fim – infelizmente, esta espiral destrutiva pode vir a conhecer mais um episódio nos próximos meses. Agora, contudo, não sei muito bem o que pensar sobre o Domingos. Continuo, apesar dos recentes resultados, a achar o Domingos competente o suficiente para caminhar o necessário trilho até ao primeiro lugar (não na presente época, infelizmente), mas admito não perceber a lógica, se é que ela habita presentemente na cabeça do nosso treinador, que guia as decisões de Domingos. Antes do jogo frente ao Marítimo começar, dei conta que o Pereirinha iria jogar no onze inicial. A minha reacção, juntamente com o meu querido pai ao meu lado, foi de surpresa e também de insatisfação, muita. Pereirinha é dos jogadores que menos aprecio. A sua postura de indiferença, aliada à sua qualidade medíocre, fodem-me o juízo. Jogar com o Pererinha no onze inicial é começar a partida com menos um jogador. As decisões estranhas de Domingos não se ficaram por esta de colocar o Pereirinha, mas não me apetece escrever muito mais sobre elas, ficando-me somente, pelo menos por agora, por esta pergunta:

- Domingos, andas com a cabeça aonde? Não aguentas a pressão, demite-te!

Parece ter chegado a hora (uns garantiram que ela era certa) de pedirmos ajuda ao católico Guy Fawkes e ao herói de banda desenhada que o tornou célebre, desta vez purgando não um sistema político dos seus elementos nefastos, mas o mais galardoado clube desportivo de Portugal, hoje posto em perigo por uma linha administrativa que se impôs desde o ano 1996:

Porque a nossa história nos atribui a grandeza única que nos define

Faz hoje 10 anos que um dos grandes jogadores do Sporting partiu. Ao recordar o Travassos não se recorda somente o homem e o jogador, mas também o próprio clube, o Sporting Clube de Portugal.

8 de fevereiro de 2012

A passagem à final é inteiramente justa; preparem-se para o combate que está a ser congeminado contra nós

Nos próximos dias, muitos tentarão pintar a nossa passagem à final da Taça de Portugal com cores sombrias – e para começar o jogo sujo o presidente do Nacional, o corrupto Rui Alves (uma versão Pinto da Costa light), será um dos mais activos intervenientes. Tentarão fazê-lo em vão, pois, dado que em momento algum da partida o Sporting foi intencionalmente beneficiado. Na primeira parte, o árbitro auxiliar assinalou vários foras-de-jogo erradamente, prejudicando severamente o Sporting Clube de Portugal, que numa das ditas ocasiões conseguiu fazer um golo, o 2-0, o que iria acalmar a nossa equipa e forçar o adversário a arriscar mais, portanto abrindo brechas na defesa e possibilitando ao Sporting mais iniciativas de ataque. A grande penalidade que permite ao Sporting o 2-1 é bem assinalada. O braço do jogador do Nacional, tendo ele sido surpreendido pela súbita paragem de Ínsua, empurra este último para o chão. A expulsão de Rondon peca apenas por ter acontecido demasiado tarde. Na primeira parte, depois de Xandão ter visto, mal, um cartão amarelo, Rondon simula uma falta dentro da grande área do Sporting, para arrancar a Xandão mais um amarelo e atirá-lo para fora do jogo. Simulação, como sabemos, é admoestada com cartão amarelo. Seria o segundo.  Qualquer Sportinguista que cometer a indecência de admitir erros do árbitro em favor do Sporting deve negar admitir ser Sportinguista e comprar um kit sócio dos vermelhos. A análise, a que deve ser feita, é fácil de fazer.

Só um destino é-nos aceitável

4 de fevereiro de 2012

Irmãs e Irmãos Sportinguistas, a união de todos nós nunca foi tão necessária quanto hoje

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É verdade que a grande penalidade que o árbitro não assinalou, somando à falta o respectivo cartão vermelho que ficou por demonstrar ao jogador do adversário, poderia ter alterado o rumo do jogo, ainda por cima quando ficariam a faltar minutos suficientes para o Sporting operar a muito necessária reviravolta do resultado, mas, aqui reside o problema, o Sporting só decidiu fazer pela vida quando se viu encostado à parede. Não creio que um clube da nossa dimensão, independentemente da conjuntura pouco simpática que paira sobre ele, necessite de se ver reduzido a 10 e a perder por um golo para abrir a pestana, arregaçar as mangas e ir à procura da vitória, cenário que, como se sabia antes do jogo começar, era o único que a equipa do nosso clube devia ter em conta. A equipa, não reconhecendo a tarefa de conclusão única que marcava o jogo, entrou a dormir, jogou de forma lenta, preguiçosa, sem pensamento pré-definido, permitindo que o adversário, motivado por ter derrotado o clube dos bares de alterne por 3-1, sentisse que alcançar um resultado positiva era possível.

Uns clamam pela cabeça de Domingos Paciência. Para quê, eu pergunto? Para lá ficar o presidente fraco? Para lá ficarem Polga, João Pereira e muitos outros? Para a arbitragem permanecer no regime poluído em que vive há muito? Para o Benfica e Porto deslocarem ainda mais de nós? Para o SCP ir à Madeira sem treinador em clima de ausência de responsabilidade? Para atirarmos para o baú de treinadores perdidos um que é, na verdade, competente, apesar dos erros evidenciados? Não comecemos no mais inocente dos elementos, meus caros! O problema do Sporting não é no banco de treinadores, é no gabinete de administradores!

Salvam-se dois ou três jogadores. Não os vou enumerar, no entanto. Domingos, coitado, nunca pensou que a vida de um treinador do Sporting fosse tão árdua. Pois é, caro Domingos, a vida no clube do Leão é como a vida do animal que vive no símbolo do clube. É a selva pura e dura, mas não com árvores exóticas e animais potencialmente perigosos, assim como uma tribo ainda não destruída pela mão corrosiva do homem ganancioso, mas com prédios, estádios, jornais maliciosos, directores incompetentes, falências técnicas, jogadores preguiçosos. Estes pontos negativos são combatidos por um ponto positivo que, por culpa do mau momento e das persistentes más notícias sobre o futuro do clube, se vai evaporar, ou então muito reduzido, ao longo da restante época: a força dos adeptos.

Quando o Sporting se apresentou no inicio da época 2011/2012, os adeptos do Sporting Clube de Portugal, ao contrário do campeão nacional e do clube dos “6 milhões”, esgotaram o estádio do seu clube quando o jogo de apresentação aconteceu. Estavam 50.000 pessoas no Estádio de Alvalade, num clima de alegria e motivação que serviu para fazer ver que o clube estava vivo. A época anterior foi péssima, um terror autêntico, desportivo e administrativo, com um presidente eleito por todos a demitir-se e dar lugar a um que venceu por uns estranhos e pouco claros 300 e pouco votos (uma espécie de eleições EUA 2000 versão SCP, com Godinho a fazer de Bush Jr. e Bruno Carvalho no papel de Al Gore).

O jogo de apresentação não correu como os 50.000 que esgotaram o estádio desejaram. Perdemos a partida. Contudo, a motivação não esmoreceu, apenas foi doseada com um pouco de realidade, essa dura mas importante variável que na vida do Sportinguista é tão essencial quanto oxigénio (a realidade, nos últimos tempos, tem-nos sido muito cruel, sabemos isso muito bem). A equipa foi reforçada com alguns jogadores cuja opinião sobre os mesmos era toda ela positiva (não temos em conta os sempre presentes pessimistas, esses tão negativos em relação a tudo o que se faz que creio que nem a contratação do Cristiano Ronaldo os satisfaria). O treinador Domingos Paciência, por mim muitas vezes elogiado, vinha de um clube onde apresentou um trabalho, positivo, que outros juraram nunca poder ser igualado, quanto mais ultrapassado. Levou o modesto Braga (digam o que disserem e classifiquem-se em que lugar for, o adjectivo “modesto” é tão apropriado ontem como hoje) a um patamar que ainda hoje, como no futuro, provoca em muitos um certa estranheza – existe inclusive um livro que pretende caracterizar o modelo de gestão do Braga como “único”.

O campeonato começou e os aspectos negativos que se evidenciaram frente ao Valência, como a defesa incapaz de reagir e o ataque sem dinâmicas e jogador goleador, permaneceram. Os resultados iniciais foram maus, contrastando com os resultados positivos dos rivais, mesmo que o mais imparcial dos adeptos – raridade quando o tema em debate é futebol (ou política) - reconheça que as iniciais vitórias de Benfica e Porto não foram de acordo com as regras mais básicas do futebol. Já ultrapassámos a primeira metade do campeonato e essas ajudas continuam. Não são acontecimentos exclusivos da época 2011/2012, são antes aspectos tão básicos quanto a bola que os jogadores utilizam para jogar futebol. Em Portugal, a manipulação do árbitro é uma parte nuclear do jogo. Resta saber em que momento da partida vai acontecer. Sabemos, todavia, que o SCP será sempre sequestrado por estes homens corruptos.

A história do campeonato alterou-se, de súbito. Os rivais mais directos bloquearam em algumas partidas e o Sporting, frente ao sempre complicado Paços de Ferreira, virou um resultado que uns já contavam utilizar para chacinar o clube na imprensa, tentando empurrá-lo para um buraco impossível de ultrapassar. A motivação de início de época voltou. Sendo fiel à verdade, ela nunca fugiu, antes esteve um pouco escondida quando as ocorrências nos eram pouco simpáticas. De um momento para o outro, a gentes leoninas regressaram ao palco de combate: o estádio.

O Sporting Clube de Portugal é, além de genuína e meritoriamente uma instituição desportiva grande, peculiar. Sim, peculiar. Está em baixo, todos de outra cor tentam feri-lo, mas rapidamente, como um Leão faminto, ressurge, pronto a enfrentar todos aqueles que disputam o mesmo objectivo que ele. A média de assistências do Sporting em jogos fora é superior à do Porto, por exemplo, e a distância de um para o outro não é de uma ou duas centenas de pessoas. Nalguns jogos essa diferença chega aos 8000 espectadores. Noutro fantástico exemplo, e recente, o Sporting apresentou em Leiria mais de 2000 Sportinguistas, numa noite fria…para ver jogar a equipa júnior do Sporting. Já novamente instalado o momento mau, com ambos os rivais a uma quase irrecuperável (quem não sonha, não é Sportinguista, e a esperança, como se sabe, é verde) distância pontual, o Sporting apresenta quase 40.000 pessoas. No outro lado da estrada, não se conseguiu chegar a tão nobre número…estando em primeiro lugar do campeonato.

Ontem, frente a um Gil Vicente que no campeonato foi despachado por uns esclarecedores 6-1, o Sporting entrou tímido, qual Leão mortalmente ferido e rodeado por imensas hienas, e, por consequência da atitude demonstrada, claudicou. Fomos eliminados da Taça da Liga, uma das competições que o Sporting tenta há muito conquistar. A verdade, que sabemos quase nunca vestir a camisola verde-e-branca, atribuir-nos-ia, pelo menos, uma Taça da Liga, mas essa, em época de alto investimento por parte do clube adversário na final, foi-nos surripiada pelo tradicional sabotador de jogos: o árbitro.

Restam-nos, então, quatro muito importantes objectivos (a ordem depende de cada um):

  • 1) Alcançar o terceiro lugar da classificação, apurando o clube para uma das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões;
  • 2) Eliminar o Nacional da Madeira, garantindo o apuramento para a Final da Taça de Portugal, e conquistar esta competição;
  • 3) Ultrapassar o Légia de Varsóvia, na Liga Europa, e defrontar dignamente o adversário mais expectável dessa eliminatória, o sordidamente rico Manchester City;
  • 4) Ponderar, via um debate sério e disciplinado, o futuro do clube e saber aprovar as medidas necessárias;

O futuro não é aterrador. Não é também paradisíaco. É incerto. É necessário pensar o Sporting. Repetitiva e surda oposição não beneficia o clube, antes afasta os sócios cujos votos são essenciais à revolução que o clube há muito anseia. Precisamos de pensar o clube. De fazer crescer o lote de ideias capazes de transformar o Sporting no clube que ele verdadeiramente é. Cada vez mais me consciencializo de que o Sporting Clube de Portugal, para ultrapassar de vez a crise financeira que o teima em impedir de crescer, necessitará de caminhar num deserto durante 2 ou 3 anos, pagando dívida. Mas é impossível recuperar o clube sem recuperar o sentimento que faz muitos sofrerem por ele. Os Sportinguistas, como mais ninguém neste país, não gostam do Sporting porque este vence. Infelizmente, o Sporting, em futebol, pouco vence.

Nenhum género de crise, financeira, desportiva, institucional ou clubística, é ultrapassável se os Sportinguistas não estiverem ao lado do clube, dispostos a fazer parte do projecto. Nenhum clube crescerá se não tiver o aspecto humano com quem compartilhar as alegrias e as infelicidades. Nos últimos anos, temos partilhado excessivas infelicidades, é verdade, mas estamos, eu sei, dispostos a unir-nos em torno de uma ideia, de um projecto, de um homem, capaz de pegar no Leão e torná-lo o rei desta selva que é futebol português. Mas nenhum homem, por mais sábio e competente que seja, será capaz de o fazer se nós, Sportinguistas de coração, não nos propusermos a pegar em armas e fazer parte do combate.

Objectivo: Pensar o Sporting, estando sempre ao lado dele!

Figuras que, infelizmente, conhecemos e que nos ludibriam há muito

Camilo Lourenço é uma figura conhecida dos Sportinguistas. Não só dos Sportinguistas, é certo, mas os Sportinguistas conhecem-no melhor do que os restantes adeptos. Camilo Lourenço é um conhecido (não necessariamente reputado, admitamos) economista. É uma figura que muitas vezes é chamada a comentar a actualidade económica, principalmente a realidade que tende a influenciar a vida económica do cidadão comum. As televisões apreciam Camilo Lourenço porque este último tem a capacidade de simplificar a muito complexa teoria económica.

Marca presença em vários canais de televisão. Já tive oportunidade de o ver na RTP, o canal que o recebe na imagem acima colocada, na RTP Notícias, onde inclusive teve (ainda tem?) um programa por ele apresentado, e na TVI, num daqueles programas que recheiam as manhãs dos portugueses.

Todavia, os adeptos do Sporting deram de caras com este homem não em programas sobre economia, mas sobre as apreciações, muitas e quase em base semanal, que ele fez sobre a gestão do ex-presidente Soares Franco. Todas as semanas, principalmente no jornal Record e num outro diário económico (não posso garantir que tenha sido no Record, atenção), Camilo Lourenço saudava as iniciativas administrativas de Soares Franco. Vender o património não-desportivo, na altura a ideia que Soares Franco informava ser o tiro certeiro nos problemas financeiros do Sporting, era opinado pelo Camilo Lourenço como uma ideia positiva, uma ideia que, podendo gerar conflitos entre sócios, era contudo necessária.

Mas Camilo Lourenço, sobre Soares Franco e gestão deste último, não se ficou por aqui. Soares Franco, opinava Camilo Lourenço, apresentava-se como um gestor competente cujo plano – redução de custos e mais rigorosa profissionalização de gestão – representava o futuro da SAD, não só a nossa como também da dos rivais. Ou seja, Soares Franco era o remédio que o Sporting estava a precisar. Tão bom remédio era que os rivais do Sporting seriam compelidos a congeminarem os seus próprios Soares Franco’s.

A memória de uns pode ser como a gelatina, treme muito, mas a minha, pelo menos pelo tempo presente, não o é. Lembro-me das opiniões dos tecnocratas, com o Camilo Lourenço a chefiar a comitiva, sobre Soares Franco e a sua gestão. Que era boa, que os resultados seriam melhores e que o Sporting, o alvo de todas as opiniões ditas, daria mais um passo que os rivais.

Agora, depois de o consulado Soares Franco, o dito que Camilo Lourenço afirmava ser necessário para a estabilidade financeira do Sporting, depois de serem aplicadas (venda do património não-desportivo) as ideias desse mesmo presidente, o Sporting, diz-nos o sábio Camilo Lourenço, “só pode ser comprado por um mecenas”. Estamos, nós, Sportinguistas, perante um problema que nos apoquenta há muito tempo: somos permanentemente enganados.

Pedro Santos Guerreiro, presente director do Jornal de Negócios, escreveu, na rúbrica que assina no jornal Record, que “há anos que o Camilo Lourenço diz isso do Sporting [da sua insolvência]. Meu caro Pedro Santos Guerreiro, cujo jornal eu muito aprecio e cujas opiniões eu dou valor, você está enganado – o código da sua profissão não o recomenda a estudar melhor as fontes que cita?

O Camilo Lourenço nunca disse que o Sporting precisava de um mecenas. Disse, sim, que as ideias aplicadas por outros iriam garantir estabilidade ao Sporting. Disse-o sobre a venda do património não-desportivo. Escreveu e disse várias vezes que Soares Franco era o gestor ideal para o Sporting.

E agora, Camilo?

3 de fevereiro de 2012

Devem ser dadas a conhecer as boas (infelizmente, poucas, pelo menos por enquanto) contribuições de Sportinguistas

Aqui.

Saliento este parágrafo, cujas ligações são melhor entendidas no original:

“Suspeito que algures nos próximos meses será convocada uma Assembleia Geral do Sporting para votar uma hipotética entrada de capital privado na SAD. Em si própria, parece ser uma boa ideia – especialmente admitindo a manutenção do estilo de vida e gestão do universo Sporting em geral e da Sporting SAD em particular. No entanto, também significa a abertura de uma caixa de Pandora – a eliminação dos sócios na vida e gestão do futebol do Clube, a utilização da equipa como entreposto para a especulação, a conversão da SAD num depósito de dívidas importadas pelo acionista, a transformação de um clube com história num brinquedo caro de um qualquer excêntrico, ou o aprofundamento de um poço escuro de gestão danosa - só a experiência poderá mostrar as consequências da abertura da SAD a investidores.”